“Wicked”: Cynthia Erivo e Ariana Grande estão deslumbrantes no musical mais imperdível do ano

wicked 7

A aguardada adaptação cinematográfica de “Wicked” finalmente chegou, trazendo para a tela grande Cynthia Erivo e Ariana Grande em atuações marcantes como Elphaba e Glinda, respectivamente. O filme, dividido em duas partes, explora a complexa amizade entre as bruxas de Oz, tecendo um espetáculo visual que transcende a fachada colorida para abordar temas profundos de preconceito e identidade. Com direção de Jon M. Chu, a produção equilibra fidelidade às suas raízes teatrais e uma abordagem moderna e impactante.

Baseado no musical homônimo da Broadway, Wicked é o prelúdio da famosa história de Dorothy e do Mágico de Oz, onde conhecemos a história não contada da Bruxa Boa e da Bruxa Má do Oeste. Na trama, Elphaba (Cynthia Erivo) é uma jovem do Reino de Oz, mas incompreendida por causa de sua pele verde incomum e por ainda não ter descoberto seu verdadeiro poder. Sua rotina é tranquila e pouco interessante, mas ao iniciar seus estudos na Universidade de Shiz, seu destino encontra Glinda (Ariana Grande), uma jovem popular e ambiciosa, nascida em berço de ouro, que só quer garantir seus privilégios e ainda não conhece sua verdadeira alma. As duas iniciam uma inesperada amizade; no entanto, suas diferenças, como o desejo de Glinda pela popularidade e poder, e a determinação de Elphaba em permanecer fiel a si mesma, entram no caminho, o que pode perpetuar no futuro de cada uma e em como as pessoas de Oz as enxergam.

wicked 2
Foto: Divulgação/Universal Pictures

Sob a direção de Jon M. Chu, ‘Wicked’ se beneficia de um ritmo que respeita as nuances do musical original enquanto adapta elementos para a linguagem do cinema. Chu consegue equilibrar sequências grandiosas com momentos mais intimistas, garantindo que o espectador se sinta tanto deslumbrado quanto envolvido emocionalmente. Sua direção firma uma identidade própria ao filme, valorizando as personagens femininas sem perder o dinamismo.

Cynthia Erivo, como Elphaba, é o verdadeiro coração pulsante do longa. Sua entrega emocional, especialmente em cenas de tensão e descoberta, captura a luta interna da personagem com uma autenticidade comovente. Erivo utiliza sua voz potente não apenas como ferramenta musical, mas como um canal de expressão de sua dor e resiliência. Seu desempenho é uma prova da sua versatilidade e um destaque que enriquece cada cena em que aparece. É nos close-ups que a atriz brilha com mais intensidade, permitindo que as nuances emocionais de Elphaba sejam vistas de forma íntima e comovente, algo que apenas o cinema pode proporcionar.

Ariana Grande, no papel de Glinda, surpreende com sua interpretação da bruxa glamorosa e aparentemente perfeita. Embora sua performance musical seja exemplar, ecoando a habilidade vocal de sua antecessora Kristin Chenoweth, Grande se esforça para alcançar o carisma cômico que a personagem exige. No entanto, sua presença resplandecente e sua habilidade de mostrar a superficialidade e as inseguranças de Glinda trazem profundidade à personagem, tornando-a mais humana e complexa.

Os efeitos visuais de “Wicked” são outro ponto alto, colaborando para um universo mágico convincente. Desde os voos de Elphaba até os detalhes do reino de Oz, o CGI é usado de maneira coesa, sem exageros que possam tirar o foco da narrativa. A direção de arte cria um cenário que respira vida e fantasia, unindo o digital e o real em uma harmonia cativante.

O figurino, por sua vez, merece uma menção especial. Cada peça desenhada reflete a dualidade das personagens e o ambiente ao seu redor. Os trajes de Glinda são um espetáculo de brilho e sofisticação, enquanto as vestes de Elphaba traduzem sua jornada de isolamento e transformação. Esse cuidado nos detalhes contribui para o reforço da personalidade de cada personagem, emergindo ainda mais o público na narrativa.

A trilha sonora, peça central do musical, é revigorada para a versão cinematográfica, com números icônicos como “Defying Gravity” e “Popular” ganhando nova vida. As performances são enriquecidas por coreografias inventivas e uma edição ágil, que potencializa o impacto emocional das canções. Momentos como a dança de Elphaba em sua primeira festa mostram a habilidade de Chu em combinar humor e pathos, transformando cenas que antes provocavam risos em momentos de genuína empatia.

Embora esta primeira parte de Wicked não explique todos os mistérios — como a origem da cor de pele de Elphaba ou sua vulnerabilidade à água —, o filme constrói uma base sólida e deixa o público ansioso pela continuação. A decisão de dividir a narrativa em duas partes permite um desenvolvimento mais detalhado e uma exploração mais profunda das personagens e suas motivações, algo que se perde em adaptações condensadas.

Conclusão 

Wicked é mais do que uma simples adaptação de um musical amado; é uma celebração da complexidade das relações humanas e do poder transformador da amizade. Ao combinar elementos visuais impressionantes com uma trama emocionalmente carregada, o filme consegue tocar temas universais de identidade e aceitação de forma única. O trabalho das atrizes, junto com a visão de Jon M. Chu, promete um legado duradouro, que, ao expandir a história na sequência, pode alcançar novos patamares. Em última análise, Wicked não só reconquista os fãs do musical original, como também apresenta um universo cinematográfico capaz de cativar novas gerações, deixando claro que seu poder de encantamento é atemporal.

Confira o trailer: 

Ficha Técnica
Direção:
Jon M. Chu.;
Roteiro: Winnie Holzman, Winnie Holzman & Dana Fox, baseado na peça musical com música e letras de Stephen Schwartz e livro de Winnie Holzman, do romance de Gregory Maguire;
Elenco:
Ariana Grande, Cynthia Erivo, Jonathan Bailey, Ethan Slater, Bowen Yang, Marissa Bode, Michelle Yeoh, Jeff Goldblum, Peter Dinklage;
Gênero: Musical, Fantasia;
Duração: 160 minutos;
Distribuição: Universal Pictures;
Classificação indicativa: 10 anos;
Assistiu à cabine de imprensa a convite da Espaço Z

Adicionar aos favoritos o Link permanente.