Jorginho Mello tem três do MDB mas precisa equilibrar estratégia e conservadorismo

O governador Jorginho Mello está determinado a consolidar a presença do MDB no governo. A nomeação de Antídio Lunelli para a Secretaria de Agricultura e de Carlos Chiodini para outra pasta estratégica não me deixa mentir.

A ampliação da participação emedebista, que já conta com Jerry Comper na Infraestrutura, é uma estratégia também para posicionar o MDB em Santa Catarina com vistas às eleições de 2026. Já vamos chegar lá.

Antídio Lunelli no governo não tem apenas o peso político evidente que ele carrega. Empresário bem-sucedido e ex-prefeito de Jaraguá do Sul, Lunelli foi reeleito com e deixou um legado de eficiência na gestão pública.

Em 2022, ele conquistou a terceira maior votação para deputado estadual no estado. Ao assumir a Secretaria de Agricultura, ele substitui Valdir Colatto (PL), indicado pelas cooperativas, e traz uma visão empresarial que pode modernizar e fortalecer o setor agrícola catarinense, uma das bases da economia estadual.

Carlos Chiodini, o outro nome de Jorginho, é um articulador nato. Apesar de ter transferido o domicílio eleitoral para Itajaí, onde disputou a prefeitura em 2020, ele mantém forte influência em Brasília. Talvez aqui more o perigo e duas situações que Jorginho terá que equilibrar e administrar.

Com um histórico de captação de recursos para infraestrutura e transportes, especialmente por meio de sua relação com o ministro Renan Filho, a ideia é que Chiodini seja peça-chave para viabilizar projetos estaduais que dependam do governo federal.

Só que a proximidade dele com a gestão Lula, em um estado majoritariamente conservador e alinhado ao bolsonarismo, gera polêmicas tanto dentro do MDB quanto entre lideranças estaduais. Seu desafio será equilibrar essa interlocução sem comprometer a relação do governo Jorginho Mello com sua base eleitoral mais à direita.

A nomeação de Lunelli e Chiodini é também uma jogada política do MDB. A presença dos dois no governo não apenas fortalece o partido no cenário estadual, mas abre ainda caminho para estratégias eleitorais futuras.

O presidente do MDB de Criciúma, Paulo Ferrarezi, reforça essa perspectiva. Segundo ele, o ingresso dos dois deputados no governo representa um ganho para o estado. Ferrarezi disse ainda, em entrevista à coluna, que a efetivação de Luiz Fernando Vampiro como deputado federal também será importante para captação de recursos e desenvolvimento local. “Vejo isso de forma muito importante.

O deputado Vampiro, agora como federal, e o Chiodini na articulação nacional, vão buscar uma boa relação com o governo federal. Já o Antídio, na Secretaria de Agricultura, contribuirá muito com os agricultores e com o desenvolvimento do estado de Santa Catarina”, comemora.

Para o MDB, é uma oportunidade de ocupar posições de destaque e pavimentar o caminho para as próximas eleições. A possível presença de Lunelli em uma chapa majoritária ao lado do PL em 2026 já é vista como uma possibilidade real, impulsionada pelo desempenho como gestor e agora pela visibilidade que ganhará no comando da Agricultura.

Mas há desafios claros nesse arranjo. A relação entre o MDB e as bases conservadoras do estado, que veem com ressalvas qualquer aproximação com o governo Lula, será testada. Jorginho Mello, por sua vez, precisa manter um equilíbrio delicado: aceitar os benefícios da articulação de Chiodini em Brasília sem comprometer sua postura de independência em relação ao governo petista.

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