Morta a facada pelo marido é 15º feminicídio na região de Campinas em 2024; relembre casos


Larissa da Silva Bezerra Xavier, de 19 anos, foi morta pelo companheiro com um golpe no pescoço na quarta (23). Em 2023, municípios da área de cobertura do g1 Campinas tiveram, ao todo, 17 feminicídios. Mulher é morta a facadas pelo marido no bairro Costa e Silva, em Campinas
A morte de Larissa da Silva Bezerra Xavier com uma facada no pescoço pelo marido, em Campinas (SP), na quarta (23), foi o 15º caso de feminicídio na região de Campinas em 2024. A área de cobertura do g1 Campinas teve 17 crimes desta natureza em 2023.
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Autor do crime, Ricardo Xavier de Souza, de 35 anos, se entregou no 1º Distrito Policial e foi levado à 1ª Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), onde o caso foi registrado. À noite, teve a prisão em flagrante convertida em temporária pela Justiça.
De acordo com a Polícia Civil, o homem teria alegado que o crime ocorreu após “uma discussão banal do casal”. Em sua versão, Ricardo contou que Larissa teria pego uma faca para ir de encontro a ele, momento no qual teria derrubado a esposa com um “mata leão”, retirando a arma de sua mão.
Também segundo relato da Polícia Civil, o marido informou que enquanto a mulher estava desacordada, a arrastou para outro cômodo e lá deu a facada fatal no pescoço, no lado direito.
No momento do crime a filha do casal, de 1 ano e 8 meses, estava no imóvel. O homem levou a menina à casa da avó paterna antes de se entregar na Polícia Civil.
Até esta publicação não há informações sobre o velório e enterro do corpo de Larissa Xavier.
Crimes de 2024
Dos 15 casos de feminicídios registrados neste ano na região de Campinas, cinco foram na metrópole, três em Sumaré e dois em Americana e Indaiatuba. Veja números:
Campinas: 5
Sumaré: 3
Americana: 2
Indaiatuba: 2
Holambra: 1
Paulínia: 1
Socorro: 1
A legislação brasileira prevê, desde 2015, penalidades mais graves para homicídios que se encaixam na definição de feminicídio – ou seja, que envolvam “violência doméstica e familiar e/ou menosprezo ou discriminação à condição de mulher”.
Relembre os casos:
14 de janeiro: Janaína Aparecida Pires, de 29 anos, foi morta a tiros em frente a um posto de combustíveis, na Avenida Ruy Rodriguez, no bairro Recanto do Sol II, em Campinas. Na data do crime, a polícia procurava pelo companheiro dela, que era suspeito do crime e havia fugido.

14 de janeiro: Vanessa Rocha Teixeira, de 31 anos, foi encontrada morta sem roupas e com hematomas pelo corpo dentro de uma casa na zona rural de Holambra. O suspeito do crime, que era namorado da vítima, foi preso em São Paulo, após se entregar no dia 29 de janeiro.

28 de janeiro: Fernanda Tavares Barbosa, de 35 anos, foi encontrada morta dentro de casa na região do Nova Veneza, em Sumaré. O companheiro da vítima, o operador Anderson Oliveira Costa, foi preso em flagrante por feminicídio.

8 de março: Marlene Mascarenhas Rodrigues, 50 anos, foi morta pelo filho no bairro Jaguari, em Americana. O autor foi preso em flagrante. A vítima tinha medida protetiva contra o filho.

6 de abril: Gislaine Aparecida de Almeida, de 45 anos, foi morta a facadas dentro da própria casa, no Jardim Conceição, no distrito de Nova Veneza, em Sumaré. O companheiro da vítima foi preso e confessou o crime – ele alegou que teria agido por ciúmes.

14 de abril: Ariane Aparecida de Oliveira, de 18 anos, foi morta a tiros na região do bairro São Bernardo, em Campinas. Um homem de 55 anos armado invadiu a casa e matou a mulher com quem teria tido um relacionamento. O criminoso tentou o suidício, foi levado ao hospital e morreu na unidade de saúde.

14 de abril: Tatiane Aparecida Mendes Dias, de 35 anos, foi encontrada em casa, em Campinas, com sinais de esganadura. O caminhoneiro Jairo Ferreira dos Santos, de 39 anos, foi preso em Carapicuíba (SP) e, segundo a PM, admitiu que matou a mulher.

28 de abril: Milena Melotto Meravil da Silva, de 47 anos, foi morta a tiros pelo ex-companheiro em Indaiatuba. O autor, de 41 anos, cometeu suicídio em seguida. Os três filhos da vítima estavam na casa e ouviram os disparos.

2 de maio: Patrícia Alves dos Santos, de 37 anos, foi morta pelo ex-companheiro a facadas no DIC 5, em Campinas. A vítima tinha uma medida protetiva contra o agressor, que foi preso em Paulínia – ele havia saído para “beber com um primo” após o crime.

23 de maio: Paula Helena Siano, de 29 anos, foi encontrada morta com sinais de enforcamento no quarto da casa em que morava com o namorado, em Sumaré. Luiz Ferretti, de 30 anos, foi localizado na casa de um amigo e preso pela Polícia Civil.

28 de maio: Francine de Souza Santiago, de 40 anos, foi morta em casa no bairro Santa Cecília, em Paulínia. Uma sobrinha da vítima entrou na residência e encontrou o corpo. O fogão da casa estava com as quatro bocas ligadas. Fábio dos Santos Santiago fugiu e é suspeito pelo crime.

18 de setembro: Rhudyneia Paola de Carvalho, de 33 anos, foi encontrada morta a facadas dentro de um carro no Jardim dos Lírios, em Americana. Ex-namorado da vítima, Wagner Aparecido de Castro Júnior, de 25 anos, confessou o crime e foi preso em flagrante.

21 de setembro: Margarida da Rocha Moreira, de 44 anos, foi encontrada morta na cama da casa em que morava com o companheiro, no bairro do Livramento, área rural de Socorro. Segundo a PM, o marido da vítima é o principal suspeito – ele teria confessado o crime a um amigo da igreja e fugido para Minas Gerais.

24 de setembro: Adriele de Freitas Pimentel, de 35 anos, foi morta a facadas pelo ex-marido no bairro Recanto Campestre, em Indaiatuba. O jardineiro Eli Pimentel Fraga se entregou à Guarda após o crime. A vítima tinha uma medida protetiva contra o suspeito, de quem estava separada há dois anos. Os dois são primos de primeiro grau e tinham um filho de 9 anos.

23 de outubro: Larissa da Silva Bezerra Xavier, de 19 anos, foi morta com uma facada no pescoço pelo marido, Ricardo Xavier de Souza, de 35 anos, que se entregou na delegacia. Segundo a Polícia Civil, o autor alegou que crime ocorreu após ‘discussão banal’, e que a filha do casal, de 1 ano e 8 meses, estava no imóvel. Ele levou a filha à casa da avó paterna antes de se entregar.
Faca utilizada em femicídio em Campinas (SP) nesta quarta (23) foi apreendida pela Polícia Civil
Polícia Civil/Divulgação
Histórico de 2023
O retrato trágico das estatísticas de feminicídio na região é evidenciado pelo fato de que, no ano passado, 17 pessoas de diversas idades, cidades, classes sociais e raça tiveram a vida ceifada por questões de ligadas a gênero.
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Com 19 anos, a influenciadora digital Micaelly Lara e a jovem Isabelli da Silva foram as vítimas mais jovens de feminicídio naquele ano, enquanto Vera Lúcia Tezzaro Momesso, de 69 anos, a mais velha. Veja, aqui, o históricos das mortes no ano passado.
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