De Goiás para o mundo: Gerson Fogaça conquista cenários internacionais

O artista plástico goiano Gerson Fogaça, nascido em 1967, em meio a uma infância humilde e cercada por desafios, conquistou reconhecimento no cenário das artes visuais com exposições nacionais e internacionais. Sua trajetória, que começou pintando com tinta automotiva em cascos de tartaruga, evoluiu para prêmios e convites de importantes galerias na Europa e América Latina. Agora, Fogaça planeja a criação de um Museu de Arte Contemporânea em Britânia, sua cidade natal, como forma de devolver à comunidade a inspiração que moldou sua carreira.

Criado em uma família de raízes simples — sua avó era lavadeira, o pai oleiro e a mãe parteira — Fogaça precisou desde cedo encontrar formas de ajudar no sustento familiar. Nos momentos em que não estava pescando no Lago dos Tigres, em Britânia, dedicava-se à pintura, sem acesso a materiais convencionais. O jovem artista improvisava, utilizando tinta automotiva e cascos de tartaruga como suporte para suas primeiras criações.

Aos 16 anos, um gesto simples, mas significativo, mudou seu destino: Fogaça presenteou Cleuza Assunção, filha do prefeito local, com um quadro. Impressionada, ela o ajudou a conseguir um emprego em Goiânia, onde ele trabalhou por 15 anos no IPASGO SAÚDE. Foi nessa época que o artista visitou seu primeiro museu, descobrindo um universo que expandiu sua visão e potencial artístico.

Desde então, a carreira de Gerson Fogaça decolou. Ao longo de 40 anos de trajetória, o artista participou de inúmeras exposições nacionais e internacionais, incluindo mostras no Chile, França, Espanha, Cuba, Argentina, Bélgica e Estados Unidos. Em 2010, ganhou o Prêmio Funarte de Artes Visuais e foi selecionado para importantes editais, como o de Ocupação de Espaços Culturais da Caixa Econômica Federal, em São Paulo. Sua obra também marcou presença em grandes centros de arte, como o Museo de Arte Alejandro Otero, na Venezuela, e o Miami Hispanic Cultural Arts Center, nos Estados Unidos.

Em 2024, Fogaça participou de uma exposição no Museu de Arte Contemporânea das Américas, em Miami, e já possui convites para novas mostras em 2025, incluindo exibições na Cidade do México, Buenos Aires, São Paulo e Belo Horizonte. Essas conquistas reforçam o reconhecimento de seu trabalho, que mescla elementos do Abstracionismo e Expressionismo.

Mas Gerson Fogaça não se esqueceu de suas origens. O artista está engajado em um projeto ambicioso: a construção do Museu de Arte Contemporânea de Britânia. Localizado às margens do Lago dos Tigres, o museu promete ser um marco cultural para a cidade e o estado de Goiás, trazendo exposições de artistas nacionais e internacionais. Fogaça espera que o novo espaço inspire a comunidade e atraia visitantes de todo o Brasil, contribuindo para o desenvolvimento econômico local através de festivais de arte e outras atividades culturais.

Para concretizar esse sonho, o artista busca parcerias com a iniciativa privada e apoio governamental. O MAC de Britânia não será apenas um local de exibições, mas um centro de cultura, educação e turismo, com potencial para transformar a vida da comunidade. “Quero que este museu seja um presente para Britânia e para todos que acreditam no poder transformador da arte”, afirma Fogaça, determinado a deixar um legado que inspire futuras gerações.

A iniciativa de Gerson Fogaça reflete seu compromisso em retribuir à cidade que o acolheu e o viu florescer. Sua trajetória de superação e talento é uma inspiração para muitos, mostrando que, mesmo diante de dificuldades, é possível conquistar o mundo e, ao mesmo tempo, fortalecer suas raízes.

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