Munição usada no ataque em Guarulhos é de armas apreendidas no dia seguinte, confirma perícia

antônio vinícius lopes gritzbach

PAULO EDUARDO DIAS
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

Uma perícia do Instituto de Criminalística confirmou que as munições usadas no ataque que deixou dois homens mortos no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, na tarde de sexta-feira (8), partiram das mesmas armas localizadas pela Polícia Militar um dia depois.

Três fuzis foram encontrados dentro de mochilas em um terreno na rua Guilherme Lino dos Santos, a cerca de 7 km do aeroporto. Os policiais chegaram ao endereço após uma denúncia anônima ao 190.

Entre as armas havia um fuzil AK-47 calibre 7,62 e uma pistola 9 milímetros carregada.

O alvo do ataque era Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, 38, empresário e corretor de imóveis que havia fechado um acordo de delação premiada contra integrantes da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) e contra policiais. O motorista de aplicativo Celso Araújo Sampaio de Novais, 41, também foi atingido e morto.

A rua onde as armas foram deixadas é a mesma onde um veículo Volkswagen Gol preto envolvido no ataque foi abandonado. A emboscada foi feita com dois tipos de fuzil.

A investigação da Polícia Civil recolheu na área de desembarque do aeroporto 21 cápsulas de munição calibre 7,62×39 mm, utilizadas, por exemplo, em fuzis AK e outros quatro estojos deflagrados de calibre 5,56 mm, munição típica de fuzis AR-15.

Os investigadores ainda encontraram próximo ao local da emboscada dois estojos deflagrados de munição .223, calibre próximo ao 5,56 mm e que pode ser carregado no mesmo tipo de armamento.

Como mostrou a Folha de S.Paulo, as armas em questão disparam com muita energia e são capazes de atingir longas distâncias e perfurar diversos tipos de blindagens mais simples, segundo especialistas.
Imagens mostram que Gritzbach foi atingido a uma curta distância. Já o motorista de aplicativo estava um pouco mais afastado. Ele não tinha ligação com o empresário e foi atingido por uma bala perdida nas costas.

A força-tarefa criada pela gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos) na tentativa de solucionar o ataque no aeroporto tem analisado câmeras e tentado rastrear os quilômetros percorridos pelo carro que levou os criminosos até o local.

Uma das linhas de investigação é a busca por vídeos de câmeras de segurança que mostrem a movimentação de um Volkswagen Gol preto na região no dia do crime.

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