Palpitação, insônia e ansiedade: por que misturar álcool com energético pode ser uma combinação perigosa

Em entrevista ao Fantástico, o ator e empresário Rafael Zulu relembra quando precisou ser internado após fazer uso excessivo da combinação. Especialistas alertam para os riscos do consumo excessivo de energéticos.
A rotina puxada de quem vive no corre, como o motorista Jean pelas ruas de São Paulo, muitas vezes pede um empurrão a mais. Para ele, o energético é combustível de uma dupla jornada: transportar passageiros de dia, entregar pacotes à noite. O consumo pode passar de um litro diário. “Não teria tanta produtividade no sentido de estar acordado”, defende.
Fora das ruas, nos bailes e festas, a lógica é parecida: uma pesquisa aponta que jovens de até 29 anos, especialmente das classes C, D e E, buscam em ambulantes, mercados e adegas o fôlego enlatado para virar a madrugada.
Mas o que parece inofensivo esconde riscos reais, especialmente quando a mistura é com bebida alcoólica. É com esse alerta que o ator e empresário Rafael Zulu, que precisou ser internado após consumir mais de um litro de energético com gin em um único dia, relembra a experiência que viveu em fevereiro, ao misturar as bebidas.
“Não tô aqui dizendo pra não consumir, mas o excesso me custou caro”, afirmou ele em entrevista ao Fantástico após um diagnóstico de fibrilação atrial, arritmia cardíaca que pode evoluir para trombose ou até AVC. “Foi uma bebida segura, até o momento em que deixei de ter prudência”.
Segundo especialistas, o problema está tanto na quantidade ingerida quanto na mistura com álcool. Energéticos são ricos em cafeína, substância que estimula o sistema nervoso e pode causar aceleração dos batimentos cardíacos, aumento da pressão arterial e, em doses elevadas, irritação, ansiedade e insônia. Quando o efeito passa, a pessoa sente cansaço e dificuldade de concentração.
Para adultos, o limite seguro de cafeína é de 400 mg por dia, o equivalente a quatro xícaras de café. Para adolescentes, o recomendado é quatro vezes menos.
A Abir, associação que representa as fabricantes de refrigerantes e bebidas não alcoólicas, reforça que os energéticos são regulamentados pela Anvisa, que exige advertências nos rótulos, como a recomendação de evitar o consumo por crianças, gestantes e pessoas com problemas de saúde.
Também está explícito: não é indicado o uso com bebida alcoólica. Ainda assim, a prática segue comum, especialmente entre jovens, impulsionada por modismos e falta de informação.
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