Bandidos anulados em confronto e mortes no trânsito: o que as notícias significam

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Boa Vista já foi exemplo de respeito à faixa de pedestre, que era o símbolo da educação no trânsito (Foto: Divulgação)

Novamente um fim de semana marcado pelos principais problemas que afligem Roraima, em especial Boa Vista, que é uma Capital-Estado por concentrar a maior parte da população roraimense e onde está o centro de todos os poderes que decidem a vida das pessoas. Houve a morte de dois venezuelanos em enfrentamento com policiais militares, os quais foram eliminados a tiros. E, também, a morte de dois ciclistas.

Com relação aos mortos pela polícia, eram dois foragidos do sistema prisional e que muito provavelmente integravam uma perigosa facção venezuelana (que não hesitaram em atirar contra os policiais), assunto este que foi comentado na semana passada. Como tal tema vem sendo constantemente abordado por aqui, resta voltar o olhar com mais atenção para a questão da morte dos ciclistas, entre os quais uma moça que estava empurrando uma bicicleta elétrica em direção ao seu local de trabalho.

Enquanto a guerra do tráfico de drogas segue, com uma facção venezuelana impondo o terror, os boa-vistenses estão submetidos a uma guerrilha gratuita no trânsito que não tem chamado a atenção das autoridades da forma que deveria, com prioridade absoluta. Já começamos a perder essa guerrilha a partir da educação, uma vez que desde 1997 é prevista no Código de Trânsito Brasileiro (CTB) a educação de trânsito nas escolas de forma contínua, da educação infantil até o ensino médio, mas não é isso o que ocorre.

Partindo para a realidade das ruas, vemos uma população desabituada a obedecer às mais comezinhas regras de trânsito, a ponto de um dia Boa Vista ter sido a Capital de cidadãos que obedeciam a faixa de pedestre, como se fôssemos uma cidade de primeiro mundo, para se tornar, no outro dia, uma população que se mata no trânsito diante uma cidade com uma frota de trânsito que cresce de forma acelerada.

No caso da jovem que foi atropelada empurrando uma bicicleta elétrica, é visível que o acidente poderia ter sido evitado, mesmo que a ciclista estivesse se posicionado de forma inadequada na via. Os corriqueiros acidentes só comprovam que a imprudência não só de condutores, mas dos próprios pedestres, é um dos principais problemas no trânsito a ser vencido – senão pela educação ou conscientização, então pela punição rigorosa por meio da aplicação da legislação.

Além da necessidade de uma ação efetiva na educação, conscientização e fiscalização, com avanços na sinalização e engenharia de trânsito, é necessário que os políticos de uma forma geral tenham atenção para direcionar recursos para a mobilidade urbana, que é um grande desafio para que o trânsito boa-vistense não piore e torne a Capital roraimense uma das cidades com as piores condições para se viver.

Esse problema da mobilidade urbana acabou sendo evidenciado no domingo, quando uma mal planejada corrida de rua bloqueou a passagem de veículos pela ponte dos Macuxi, paralisando completamente o tráfico na BR-401, tanto do lado do Cantá quanto do lado de Boa Vista, onde uma gigantesca fila de veículos se formou, complicando inclusive o tráfego para quem queria sair ou entrar para o bairro 13 de Setembro, já que a Avenida das Guianas ficou bloqueada pelo congestionamento.

Ou seja, basta que ocorra um evento extraordinário nas vias mais movimentadas na Capital, como um acidente ou uma corrida de rua, para transformar o tráfego boa-vistense em um terror, congestionando trechos movimentados e complicando a vida das pessoas, o que mostra a necessidade de um bem planejado plano de mobilidade urbana para o futuro bem próximo. Se isso não for levado a sério, teremos o pior trânsito do país.

Os problemas do Estado estão sendo expostos quase que diariamente nas redes sociais e na imprensa. Não há qualquer desculpa para quem for alegar que não estava sabendo ou não foi avisado. A criminalidade desponta de um lado, com bandidos enfrentando policiais a tiros, e gente morrendo gratuitamente no trânsito, de outro. E tem mais dois outros sérios problemas expostos na imprensa no fim de semana que se passou: a violência sexual contra crianças e a violência contra as mulheres. Mas quem está interessado nisso?

*Colunista

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