O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu-DF) atende, em média, oito casos de queimaduras por mês. Os acidentes que acontecem nessa época costumam ser mais graves, principalmente quando envolvem fogos de artifício.
Quem for curtir as festas juninas também precisa estar atento a situações de emergência. A população deve acionar o serviço pelo número 192 sempre que se deparar com uma vítima inconsciente, ou seja, quando a pessoa não responde aos chamados ou responde de forma inadequada. Segundo a chefe do Núcleo de Educação em Urgências do Samu no DF, Carolina de Azevedo, também é importante ligar caso a vítima apresente dificuldade respiratória, palidez acentuada, coloração arroxeada na boca ou ainda lesões extensas e sangramentos abundantes.
Em caso de necessidade, ao ligar para o 192, o atendente da central telefônica realiza o primeiro contato e coleta informações essenciais, como nome, idade da vítima, endereço completo e ponto de referência. Em seguida, a ligação é transferida para o médico regulador, que fará perguntas básicas: se o paciente está consciente, se respira normalmente, se há sangramentos ou se a queimadura atinge uma área extensa ou compromete a via aérea.
Carolina explica que, enquanto a equipe do Samu não chega, é importante adotar alguns cuidados de primeiros socorros: afastar a vítima da fonte de calor, resfriar o local da lesão com água limpa e fria, sem tentar remover a pele se ela estiver aderida ao corpo. Também é necessário retirar metais, como anéis, relógios ou correntes, que podem continuar retendo calor ou dificultar a circulação em caso de inchaço. As bolhas nunca devem ser rompidas, pois a pele protegida ajuda a evitar infecções.
Em relação às queimaduras, tanto o Corpo de Bombeiros (CBMDF) quanto o Samu podem ser acionados. “O Samu atende casos clínicos, como mal súbito e paradas cardíacas. O Corpo de Bombeiros atua principalmente em casos de trauma. Mas, quando se trata de queimaduras, ambos os serviços estão aptos a atender”, explica o oficial de Informação Pública do CBMDF, Charles Palomino.
Os acidentes com fogos de artifício são os mais comuns nesse período. “Apesar de serem produtos regulamentados e, em geral, seguros, muitos acidentes ocorrem pelo uso inadequado e desrespeito às normas de segurança”, ressalta Charles. “É essencial comprar fogos apenas em comércios autorizados, com certificação do Inmetro, e soltar em locais abertos, longe de casas, vegetação e da rede elétrica”, pontua. Além disso, o oficial orienta a nunca direcionar os fogos para outras pessoas, nem reutilizar artefatos que falharam. “Se um foguete não explodir, aguarde um ou dois minutos, coloque-o em um balde com água e descarte com segurança. E nunca, em hipótese alguma, manuseie fogos de artifício sob efeito de álcool”.
O Hospital Regional da Asa Norte (Hran) é a principal referência no Distrito Federal para atendimento a casos mais graves de queimaduras. Já os casos leves podem ser tratados em qualquer unidade de pronto atendimento da rede pública. Caso o transporte seja feito por terceiros, é fundamental proteger a lesão com um tecido limpo e evitar remover objetos colados à pele, exceto metais, que devem ser retirados logo após o acidente para evitar agravamentos causados pelo calor retido.
Orientações de segurança
Além dos cuidados com fogueiras e fogos de artifícios durante as festas juninas, a população deve estar atenta às instalações elétricas na hora de decorar espaços públicos e residências. Para orientar a população, a Neoenergia Brasília elaborou um guia com recomendações de segurança para quem pretende montar estruturas decorativas no Distrito Federal.
Segundo o supervisor da Neoenergia Brasília, Néviton Xavier, é necessário manter, no mínimo, 2,5 metros de distância da rede ao instalar bandeirolas e iluminação. Também é fundamental nunca utilizar postes ou fios existentes como suporte para os enfeites, além de optar por materiais que não conduzam eletricidade, como tecidos leves ou plásticos.
Neverton alerta ainda para o uso de cordões de luz, que devem ser instalados por profissionais habilitados, com produtos certificados pelo Inmetro. “É importante evitar o uso de materiais de procedência duvidosa e, sobretudo, não realizar ligações clandestinas, os chamados “gatos”, pontua. “Quando a festa envolve barracas de alimentação ou estruturas maiores, o ideal é solicitar à distribuidora uma ligação provisória segura”, explica.
Ele ressalta também os riscos associados às fogueiras e aos fogos de artifício, que devem ser mantidos longe da rede elétrica. Em algumas regiões administrativas do DF, o uso desses itens é proibido, por isso, é necessário verificar as normas locais antes de utilizá-los. Quanto aos balões, Neverton lembra que soltar balão é crime e pode provocar incêndios, tanto na rede elétrica quanto em residências.
Dentro de casa, os cuidados também são essenciais: evitar sobrecarga nas tomadas, não improvisar emendas em fios, substituir benjamins por filtros de linha e nunca manusear equipamentos elétricos com o corpo molhado são medidas básicas, mas fundamentais para evitar choques ou incêndios.
Em casos de emergência, como fios partidos, curto-circuitos ou acidentes com choque elétrico, a orientação é acionar imediatamente a Neoenergia pelo número 116.
Com informações da Agência Brasília