
O ex-ministro do Turismo do governo Bolsonaro, Gilson Machado, deixou a prisão do Recife na noite desta sexta-feira (13) após determinação de Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).
Machado havia sido preso na manhã do mesmo dia, em desdobramento de uma operação da Polícia Federal, sob suspeita de tentar obter um passaporte português para Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL).
Medidas cautelares
Moraes entende que a prisão preventiva não é mais necessária, após já ter produzido os efeitos esperados. Machado deverá cumprir medidas cautelares, como comparecimento obrigatório à Justiça, cancelamento do passaporte, proibição de sair do país e de manter contato com investigados pela trama golpista, segundo a Agência Brasil.
Nas redes sociais, o filho do ex-ministro, Gilson Machado Filho, comemorou a decisão e chamou o pai de “um homem íntegro, honesto, trabalhador, com valores e princípios, nunca cometeu um crime em toda a sua vida”.
Graças a Deus meu pai foi solto! Ele é um homem íntegro, honesto, trabalhador, com valores e princípios, nunca cometeu um crime em toda a sua vida. Ele jamais deveria ter sido preso em primeiro lugar, isso foi uma covardia.
Foram horas de muita tensão preservando meu avô da…
— Gilson Machado Filho (@GilsonMachado22) June 14, 2025
Ação da Polícia Federal
Na manhã desta sexta, a PF cumpriu mandados de busca e apreensão e de prisão contra Gilson Machado e Mauro Cid. A revogação da prisão de Cid aconteceu poucos momentos após a prisão do tenente-coronel.
Já Machado, foi preso e levado para a superintendência da Polícia Federal, em Recife. Segundo as investigações, o ex-ministro do Turismo teria atuado para expedir um passaporte português para que Cid deixasse o país.
Nesta semana, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, pediu ao STF a abertura de inquérito contra Gilson Machado por obstrução de investigação de organização criminosa e favorecimento pessoal.
A polícia investiga se o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro tentou pegar o documento para deixar o país. Mauro Cid teve os celulares apreendidos.
De acordo com a PF, no dia 12 de maio, Machado teria atuado para obter o passaporte português junto ao consulado de Portugal na capital pernambucana. O próprio Gilson, no entanto, havia declarado antes da prisão que apenas fez uma ligação ao consulado para tentar agendar a renovação do passaporte do pai.