Dólar acompanha exterior e abre em alta após Israel atacar o Irã

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

O dólar abriu em alta nesta sexta-feira (13), refletindo o cenário no exterior, com os investidores fugindo de ativos arriscados após o ataque de Israel a instalações nucleares e de mísseis do Irã elevar as tensões no Oriente Médio.

A moeda norte-americana subia 0,39%, cotada a R$ 5,5653, às 9h03. No exterior, a divisa também está em valorização de 0,85% frente a uma cesta de moedas importantes. É o maior aumento diário em um mês.

O dólar também estava em valorização de 0,6% ante o iene japonês e de 0,52% sobre o franco suíço. Já a moeda apresentava queda de 0,7% frente ao euro.

Israel voltou atacar o Irã depois que negociações nucleares entre Teerã e os EUA fracassaram. Tel Aviv já havia dito que não permitiria que o país persa, seu inimigo histórico, adquirisse uma bomba atômica, algo que parece próximo de ser capaz de fazer.

De acordo com os militares israelenses, dezenas de alvos foram atacados no Irã. Na noite desta quinta, madrugada de sexta (13) no Oriente Médio, explosões foram ouvidas em Teerã, de acordo com a agência de notícias estatal iraniana Nour. A televisão estatal do país disse que as defesas aéreas do Irã estavam em alerta máximo.

“Esse é um momento decisivo na história de Israel”, disse o primeiro-ministro Binyamin Netanyahu em pronunciamento. “Momentos atrás, lançamos a operação ‘Leão em Ascensão’, que tem o objetivo de combater a ameaça iraniana à sobrevivência de Israel. Nossos pilotos estão atacando uma série de alvos, e essa ação vai durar por quantos dias for necessário”, disse o premiê.

“Essa operação vai prejudicar a infraestrutura nuclear do Irã e suas capacidades militares”, prosseguiu Netanyahu. “Atacamos o coração do programa de enriquecimento de urânio [de Teerã].”

As Forças Armadas de Israel disseram ainda que o Irã possui material físsil em quantidade suficiente para produzir 15 bombas atômicas “em questão de dias”.

Na quinta-feira (12), o dólar teve uma variação positiva de 0,07%, a R$ 5,542, na contramão do exterior.

No ano, porém, a divisa acumula queda de 10,30%.

Pesou sobre a cotação a decisão do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), de pautar urgência para suspender o novo decreto do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) publicado na noite de quarta-feira (11) pelo presidente Lula (PT).

Já a Bolsa se valorizou 0,48%, a 137.799 pontos, com a subida de ações dos bancos e da Petrobras, em meio à fraqueza de commodities como petróleo e minério de ferro no exterior.

O dólar abriu o dia em leve queda, com o mercado doméstico avaliando a MP (Medida Provisória) enviada pelo governo ao Congresso para aumentar impostos e o acordo comercial entre EUA e China. Na mínima do dia, às 9h57, chegou a recuar 0,25%, a R$ 5,524.

Às 11h40, porém, Motta publicou em seu perfil no X que “o clima na Câmara não é favorável para o aumento de impostos com objetivo arrecadatório para resolver nossos problemas fiscais”. A partir das 11h53, a moeda começou a subir e registrou a máxima cotação da sessão, de R$ 5,558, às 13h47 -um avanço de 0,36%.

A valorização da divisa dos EUA ante o real foi na contramão da queda do dólar no restante do mundo, com os mercados globais repercutindo as novas ameaças tarifárias do presidente Donald Trump e as tensões geopolíticas no Oriente Médio.

No entanto, o recuo do dólar não se sustentou no Brasil em função do desconforto do mercado com as medidas fiscais da véspera.

“Se fosse só pelo exterior, teríamos dólar para baixo hoje. Mas aqui os agentes não gostaram das medidas que vão substituir o aumento do IOF”, disse o diretor da Correparti Corretora, Jefferson Rugik.

“Não houve cortes de despesas, e mesmo os aumentos de impostos serão difíceis de passar no Congresso.”.

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