
A quadra do Colégio Estadual Militarizado Maria dos Prazeres Mota, em Boa Vista, se transformou em vitrine da diversidade amazônica na tarde desta quinta-feira (12). A escola realizou o evento Saberes da Amazônia, que reuniu teatro, poesia, canto e danças típicas dos países que integram a Amazônia Legal.
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Dentro das salas, os visitantes passearam por lendas amazônicas como o Reino de Macunaima, degustaram o tacacá, o vatapá e até a banana frita – como foi na sala dedicada ao Festival de Parintins. Destaque obrigatório, já que a famosa festa será nos dias 26, 27 e 28 de junho.

O tema mobilizou os estudantes, como explicou o professor de Matemática, Edson Ribeiro.
“Eles pesquisaram bastante e trouxeram apresentações que realmente representam o que é o Festival de Parintins. Eu tenho paixão, porque sou quadrilheiro junino, então é uma afinidade natural.”
Embora o foco tenha sido nas ciências humanas e linguagens, todas as disciplinas participaram.
“Os colegas de matemática, física, filosofia e demais áreas acompanharam e orientaram turmas. É um projeto interdisciplinar que envolve a escola inteira”, destacou o professor de História, Dvanes Freitas.

Segundo ele, a proposta foi explorar a Amazônia não apenas do Brasil, mas também dos países vizinhos, como Venezuela, Guiana e Suriname.
“É uma oportunidade ímpar de exaltar as diversas manifestações sociais, biológicas e culturais dessa região riquíssima.”
A metodologia do “aprender fazendo” empolgou os alunos, que participaram ativamente de cada detalhe, desde a pesquisa até a montagem das apresentações.
“Eles fazem melhor do que nós. Quando orientei minha turma, disseram: ‘Professor, a gente quer fazer do nosso jeito’. E fizeram”, relatou Dvanes.

Essa autonomia ficou evidente também entre os próprios estudantes. Juan Diego, de 17 anos, do 2º ano do Ensino Médio, celebrou o trabalho em equipe.
“Todo mundo se ajudou, todo mundo se uniu. Até a turma da manhã veio junto. Quando várias pessoas se juntam, tudo fica melhor”, contou, animado com o novo conhecimento adquirido sobre o Festival de Parintins, que pretende conhecer de perto no futuro.
O projeto de mobilizar toda a escola partiu da professora de Língua Portuguesa, Maiza Celestino.
“Eles passaram o bimestre inteiro fazendo leituras e pesquisas em várias áreas. Com isso, conseguimos um desenvolvimento muito maior do conhecimento, pois o estudo não ficou limitado às aulas expositivas e provas escritas”, explicou.
Dança do tambor venezuelano

Dentro dessa diversidade, os estudantes venezuelanos, que representam 20% dos 454 alunos do colégio, também tiveram espaço para valorizar suas origens. Yaribel Hernandez, de 18 anos, protagonizou a dança do tambor, tradição da Venezuela.
“Foi um privilégio representar meu País. Não sabia que iria ter esse espaço aqui. Me importei muito em fazer bem feito, porque essa dança representa a nossa cultura.”

Na mostra, as iguarias típicas da Venezuela também ganharam lugar ao lado dos sabores paraenses.
“Estamos apresentando o arroz de jambu, o açaí, o tacacá, além da culinária da Venezuela. E falamos um pouco sobre a origem de cada prato”, detalhou a professora de Língua Portuguesa, Daiane Abreu Gouveia.

Assim, entre aromas, cores, sons e tradições, o Saberes da Amazônia não apenas celebrou a riqueza da região, mas também consolidou o ambiente escolar como um espaço vivo de integração cultural e aprendizagem prática.
O post Com dança venezuelana e Festival de Parintins, evento transforma colégio em vitrine cultural apareceu primeiro em Folha BV.