O governo do Nepal pretende instaurar uma série de medidas rigorosas para escaladas ao Monte Everest para aumentar a segurança dos alpinistas e reduzir o excesso de turistas na região, após o aumento de mortes nos últimos anos. As novas regras exigem que os alpinistas tenham experiência prévia em montanhas de pelo menos 7.000 metros de altitude, além de apresentar certificados médicos recentes e contratar guias locais certificados. Esse Projeto de Lei já tramita em Assembleia Nacional. Neste cenário, a expedição brasileira composta por Eduardo Cotrim e Leonardo Alves Pena, com o suporte da Globalsat Group, fornecedora de soluções de conectividade via satélite que auxiliam na segurança, se destacou por atender a todas essas exigências.
Expedicao Everest 2025 – Credito Eduardo Cotrim
Em uma jornada que durou cerca de 45 dias, entre abril e maio de 2025, a dupla alcançou a altitude de 8.400 metros no Everest, demonstrando preparo técnico e responsabilidade ao decidir recuar diante de condições climáticas adversas, priorizando a segurança. Os alpinistas avançavam pela conhecida “Zona da Morte”, mas desistiram de chegar ao cume devido às condições climáticas severas no final de maio. Ventos superiores a 60 km/h acompanhados de neve fina criaram uma tempestade de cristais de gelo, congelando máscaras e comprometendo a visibilidade, o que surpreendeu todos os grupos na montanha e tornou a escalada extremamente perigosa.
Cotrim e Pena relatam que diversas equipes recuaram na mesma madrugada. No caminho, encontraram com um grupo mais experiente que ainda mantinha o plano de seguir até o cume. Mais adiante, com as cordas fixas cobertas de neve, o grupo percebeu que insistir seria um erro fatal. Com o agravamento do tempo, a decisão foi tomada, todos deveriam descer. Mesmo com cilindros extras de oxigênio e boa aclimatação, insistir significaria correr riscos desnecessários.
Com diversas ascensões em montanhas ao redor do mundo, Eduardo Cotrim é uma referência no montanhismo brasileiro. Reconhecido por sua habilidade técnica, vasta experiência e paixão pela montanha, inspira todos ao seu redor com sua dedicação e trajetória sólida no esporte.
“Durante a descida, foi possível ver diversos alpinistas experientes também recuando. Um dos episódios mais marcantes foi o relato de um montanhista que discutia com seu Sherpa, o guia local, insistindo em continuar. Horas depois, seu corpo foi visto sendo trazido de volta. A montanha impôs seus limites e respeitá-los fez toda a diferença para nós”, revelam.
Caso as condições climáticas tivessem se agravado ainda mais nessa expedição, os equipamentos da Globalsat Group teriam sido essenciais, tanto pelo GPS e a comunicação em tempo real, como pela possibilidade de acionar o botão de pânico, um sistema de segurança que dispara um sinal de alerta à central de monitoramento dos participantes, em casos de emergência.
O mineiro Leonardo Alves Pena é engenheiro de processos, executivo em uma multinacional e um apaixonado pelas montanhas. Sua conexão com a escalada começou ainda na década de 1990, nas rochas, e se transformou em uma busca constante por desafios em altitude, culturas únicas e paisagens inesquecíveis.
Para garantir comunicação contínua e segurança em tempo real, a empresa forneceu dispositivos como o Iridium Extreme e o Spot Gen4, essenciais para ambientes com infraestrutura limitada ou inexistente, em locais remotos. “Hoje, mais do que nunca, conectividade confiável é uma exigência e não um luxo em ambientes extremos como o Himalaia. A tecnologia satelital foi vital para manter os alpinistas seguros e permitir o monitoramento contínuo da escalada, além de tomarem decisões mais estratégicas”, afirma Flávio Franklin, diretor da Globalsat Group no Brasil.
A experiência da expedição será documentada no livro “Dois sonhos e uma montanha – Everest”, organizado pelo fotógrafo Haroldo Nogueira, com lançamento previsto para 2026. A obra reunirá imagens inéditas e relatos da jornada, oferecendo uma perspectiva única sobre os desafios enfrentados e as transformações impostas pelas novas regulamentações no montanhismo de alta altitude.
Nogueira esteve na região em novembro de 2024, também com apoio da Globalsat Group, e capturou ainda paisagens impressionantes do Himalaia – desde o Vale de Katmandu até o acampamento-base do Everest. O projeto visa documentar o impacto do aquecimento global e o crescimento do turismo na região, além de retratar a vida dos Sherpas, guias locais que enfrentam duras condições para apoiar expedições de todo o mundo.