Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles
O novo decreto do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) amenizou a incidência do tributo nas operações de risco sacado. Apesar disso, a modalidade continua com os impostos mais altos. O texto retirou a cobrança fixa, mas deixou a taxa diária. Entenda:
decreto original – cobrança fixa de 0,95% mais taxa diária de 0,0082%;
como ficou – passa a incidir só a carga de 0,0082% ao dia.
Risco sacado é uma operação financeira em que uma empresa antecipa o pagamento a fornecedores por meio de um banco, que assume o risco de crédito. A ideia é melhorar o fluxo de caixa do fornecedor para beneficiar o comprador com prazos maiores.
Logo que a equipe econômica liberou o decreto original, o risco sacado foi uma das modalidades com mais reações negativas. O setor produtivo criticou a medida e foi apoiado pelo Congresso. Apesar disso, o Ministério da Fazenda não derrubou a norma por inteiro.
O novo decreto foi publicado na noite desta 4ª feira (11.jun.2025). O texto ameniza parte do que o governo queria inicialmente.
A estimativa é que a arrecadação extra com o novo decreto seja de R$ 6 bilhões a R$ 7 bilhões em 2025.
As outras mudanças do decreto incluem:
Crédito a empresas
- decreto original – pessoas jurídicas teriam cobrança fixa de 0,95% mais taxa diária de 0,0082%, com diferenças para o Simples Nacional;
- novo decreto – cobrança fixa de 0,38% mais taxa diária de 0,0082%, sem diferenciação para pequenos negócios.
Previdência Privada
- como era – isenção em operações de até R$ 50.000 por mês por CPF, somando todas as seguradoras. Se ultrapassar, a incidência de 5% sobre o total aportado no mês.
- como ficou – até o final de 2025, o piso é de R$ 300 mil ao ano (R$ 25.000 ao mês). Taxa de 5% considera o excedente. O valor isento a partir de 2026 é R$ 600 mil ao ano (R$ 50.000 ao mês).
FIDC (Fundo de Investimento em Direitos Creditórios)
- decreto original – não trazia essa cobrança explícita;
- novo decreto – cobra 0,38% sobre aquisição primária de cotas de FIDC, inclusive por bancos.
A MP Fiscal não foi bem recebida pelo Congresso, mesmo depois do esforço de Haddad de ir à residência oficial da Câmara para apresentar aos presidentes da Casa Baixa, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e a líderes da base do governo, a proposta alternativa ao aumento do IOF.
Na Câmara, o clima é de desaprovação. Na 2ª feira (9.jun), 1 dia depois da reunião que durou mais de 4 horas, Motta disse que o Congresso não tem “compromisso” em aprovar a MP.
O fluxo seguiu o mesmo no Senado. Mais cedo, a oposição criticou o aumento de impostos. Em nota encabeçada pelo senador Rogério Marinho (PL-RN), o grupo diz que as medidas de Haddad “comprometem o investimento de longo prazo no Brasil”.
Poder 360
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