Bruno Henrique e Paquetá: Manipulações ferem de morte a confiança do torcedor

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A denúncia apresentada nesta quarta-feira (11) contra o atacante Bruno Henrique, do Flamengo, jogou ainda mais luz sobre o risco crescente da manipulação de resultados no futebol. De acordo com o Ministério Público do Distrito Federal, Bruno Henrique teria informado previamente ao irmão que receberia um cartão amarelo durante a partida entre Flamengo e Santos, pelo Brasileirão de 2023, permitindo assim a realização de apostas direcionadas. As investigações foram sustentadas por trocas de mensagens obtidas nos celulares do jogador e do irmão, após mandados de busca e apreensão. O caso, inicialmente arquivado no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), foi reaberto e está sob nova análise.

O episódio envolvendo o jogador do Flamengo soma-se à delicada situação do meia Lucas Paquetá, atualmente no West Ham, da Inglaterra. Paquetá é acusado pela Federação Inglesa de Futebol (FA) de manipular cartões amarelos em jogos da Premier League para beneficiar apostadores ligados a ele no Brasil. A investigação, que já se arrasta há quase dois anos, foi marcada por atrasos e adiamentos, e embora o julgamento tenha sido concluído, o veredito só deve ser conhecido entre quatro e oito semanas. Caso seja considerado culpado, Paquetá pode ser banido do futebol de forma definitiva.

São dois casos distintos nos detalhes, mas gravíssimos na essência. A manipulação de resultados, em qualquer esfera, corrói a credibilidade do futebol e fere de morte a confiança do torcedor. Por isso mesmo, a Federação Inglesa, a FIFA, a CBF, o STJD e a Justiça Comum têm a obrigação de agir com absoluto rigor. Não há espaço para condescendência: as punições precisam ser exemplares, duras e implacáveis. Só com decisões firmes será possível inibir a tentação de atletas que, seduzidos pelo lucro fácil, cogitam se envolver nesse tipo de esquema. O futebol precisa dar o exemplo, antes que a integridade do jogo vire apenas um detalhe nas estatísticas das casas de apostas.

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