Desde maio, o Governo do Distrito Federal (GDF) tem reforçado o combate à pobreza menstrual por meio do programa Absorva o Bem, que já distribuiu gratuitamente mais de 4,5 mil absorventes em 59 pontos de coleta espalhados pelo DF. A iniciativa, coordenada pela Secretaria de Atendimento à Comunidade (Seac), leva dignidade a quem menstrua e busca enfrentar desigualdades históricas com foco em saúde pública e inclusão social.
Um dos locais atendidos é a Casa da Mulher Brasileira, em Ceilândia, onde mulheres como Magda Maria Rodrigues, de 52 anos, celebram a ação. Cuidadora de idosos e aluna de um curso de camareira oferecido no espaço, Magda destaca a importância de ter acesso facilitado ao item de higiene. “Chegar a um banheiro e ter acesso a esse serviço é muito importante. Às vezes, por um imprevisto, a pessoa precisa voltar para casa. Ter absorvente disponível aqui é maravilhoso”, afirma.
Mais do que garantir itens essenciais, o projeto representa acolhimento, segundo Magda. “O preço pesa muito para quem não pode comprar. Ter esse acesso traz mais tranquilidade para as mulheres.”
Inclusão e saúde pública
A vice-governadora do DF, Celina Leão, reforça o caráter transformador da política pública. “O projeto Absorva o Bem leva dignidade para as mulheres nos ambientes públicos. Nos ajuda a enfrentar problemas de saúde pública e de evasão escolar ao facilitar o acesso aos absorventes e mostra que o olhar cuidadoso do Estado promove a inclusão de quem mais precisa”, afirmou.
Todos os pontos de coleta contam com QR Codes que direcionam a informações sobre a campanha, como formas de doação, endereços e conteúdos educativos sobre dignidade menstrual. A secretária de Atendimento à Comunidade, Clara Roriz, destaca que o objetivo é criar uma rede de empatia. “A instalação dessas caixas é um passo importante para assegurar o acesso ao item de higiene sem constrangimento ou dificuldade”, explicou.
Corrente do bem
A iniciativa também mobiliza mulheres que não menstruam mais, como a microempreendedora Luciene Alves, de 57 anos. Ela doa absorventes regularmente e incentiva outras pessoas a fazerem o mesmo. “Uma mulher ajuda a outra, e gosto de fazer parte dessa corrente do bem”, diz, defendendo a ampliação da campanha. “Espero que se estenda a lugares com grande circulação de pessoas, como faculdades e centros comunitários.”
Genilda Rodrigues, de 61 anos, comemora as mudanças no debate sobre o tema. “Quando eu era jovem, a realidade era outra. Sofremos muito. Hoje, há mais acesso e liberdade para falar sobre o assunto. O governo está de parabéns”, afirma a dona de casa.
A assessora especial da Subsecretaria de Promoção da Mulher da Secretaria da Mulher (SMDF), Selma de Melo, reforça que o programa responde a uma necessidade real. “Muitas mulheres deixam de comprar absorventes para garantir a alimentação dos filhos. Essa rede de apoio é essencial e deve chegar a ainda mais equipamentos públicos”, avalia.
Como participar
A população pode tanto utilizar os absorventes disponíveis nos pontos solidários quanto colaborar com doações. Empresas e organizações da sociedade civil também podem se tornar parceiras da campanha.
Informações e contato:
- Telefone: (61) 3312-9985
- WhatsApp: (61) 98199-0312
- E-mail: [email protected]
Onde encontrar os pontos solidários
Os absorventes podem ser retirados gratuitamente em órgãos públicos de diversas regiões administrativas, entre elas Cruzeiro, Paranoá, Ceilândia, Taguatinga, Guará, Itapoã, Samambaia, Sobradinho, além de unidades da Defensoria Pública, Secretaria de Saúde, Casa da Mulher Brasileira e outros equipamentos sociais.
A lista completa dos pontos de coleta está disponível com QR Codes nos locais de distribuição ou pode ser solicitada pelos canais oficiais do programa.
Com informações da Agência Brasília