Justiça militar condena 9 pessoas pelo furto de metralhadoras do Exército em SP

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TAYGUARA RIBEIRO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

A Justiça Militar condenou em primeira instância nove pessoas acusadas de envolvimento no furto de metralhadoras do Exército em São Paulo.

A decisão foi tomada pelo 2ª Circunscrição Judiciária Militar e cabe recurso ao Superior Tribunal Militar.
No dia 7 de setembro de 2023, feriado da Independência, 21 armas desapareceram do Arsenal de Guerra localizado em Barueri, na Grande São Paulo.

No material furtado, foram identificadas 13 metralhadoras .50 e oito de calibre 7,62, armamento considerado de grosso calibre.

Seguem desaparecidas duas metralhadoras .50 HB Browning. As duas armas têm poder antiaéreo, ou seja, podem derrubar helicópteros, por exemplo.

Quando a informação se tornou pública, o Exército afirmou que as armas furtadas estavam “inservíveis” e passariam por manutenção.

Nos dias seguintes, 19 armas foram localizadas pelas polícias do Rio de Janeiro e de São Paulo e pelo Exército.

A venda dos armamentos foi negociada com duas facções criminosas, o Comando Vermelho e o PCC, segundo o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite.

Durante as investigações, o Exército puniu administrativamente 38 militares. Segundo o Comando Militar do Sudeste, entre as punições internas estão a prisão disciplinar, de 1 a 20 dias.

Na decisão dessa segunda-feira, o juiz federal da Justiça Militar acolheu denúncia oferecida pela 2ª Procuradoria de Justiça Militar em São Paulo.

Dois cabos do Exército, apontados como os principais executores do crime, foram condenados a 17 anos e 4 meses de prisão.

O tenente que comandava a Seção de Inteligência na época do crime foi condenado a 9 meses de prisão por ter emitido ordem para que os veículos não fossem revistados. Um tenente-coronel que comandava o Arsenal de Guerra à época foi condenado à pena de 6 meses de suspensão do exercício do posto por negligência.

Entre os civis, um foi condenado a 14 anos e 4 meses e os demais receberam penas de 18 anos de reclusão, todos em regime fechado, todos pelo crime de comércio ilegal de arma de fogo.

A reportagem não localizou a defesa dos envolvidos até a publicação desse texto.
Todos os 480 militares do local chegaram a ficar aquartelados na época do crime. Após uma semana, houve liberação gradual.

Segundo as investigações, os militares acusados do crime teriam aproveitado a ausência de expediente no feriado.

Dois deles teriam arrombado cadeados e o lacre do depósito. Em seguida, ainda de acordo com as investigações, eles colocaram as armas em uma caminhonete, deixaram o local e entregaram o armamento aos civis.

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