Acordo com Interpol visa combater crime organizado transnacional

O presidente Lula discursa em evento na sede da Interpol, em Lyon, na FrançaAgência Brasil/ Ricardo Stuckert

O governo brasileiro firmou acordo com a Interpol, nesta segunda-feira (9), através da assinatura de uma Declaração de Intenções, que visa ações integradas para desarticular organizações criminosas transnacionais.

O documento prevê ainda o apoio à modernização tecnológica dos órgãos de segurança pública na América Latina, além da promoção da proteção de grupos vulneráveis com respeito aos direitos humanos, incluindo prevenção, investigação e repressão na luta contra o tráfico de pessoas.

O evento, na sede da organização policial, em Lyon, na França, contou com a presença do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e do ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski. Também estava presente, o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues.

Lula, que é primeiro presidente brasileiro a visitar a sede da Interpol, em Lyon, cumpre agenda na França.

Brasileiro no comando da Interpol

Também no evento, o delegado da Polícia Federal, Valdecy Urquiza, foi eleito secretário-geral da Interpol.

Urquiza foi diretor de Cooperação Internacional da PF (Polícia Federal) e vice-presidente da Interpol para as Américas de 2021 a 2024.

Para o presidente Lula, a presença de um brasileiro no comando da organização “é o reconhecimento do papel de destaque do Brasil no combate ao crime transnacional”.

Lula também destacou a necessidade de ações coordenadas diante de um crime cada vez mais complexo e globalizado.

“Hoje enfrentamos verdadeiras corporações criminosas, infiltradas em setores estratégicos da sociedade. Só com cooperação internacional e forte articulação institucional poderemos vencê-las”, disse.

Segundo o ministro Ricardo Lewandowski, a visita de Lula à sede da Interpol expressa de forma clara o grau de prioridade que o governo brasileiro confere ao combate ao crime transnacional.

“O crime ultrapassa fronteiras, corrói estruturas sociais e desvia recursos de áreas essenciais como saúde, educação e inovação. É, portanto, um desafio global que exige respostas integradas e cooperativas”, afirmou.

Já Urquiza elogiou a defesa do presidente Lula pelo multilateralismo. “Precisamos de uma estratégia multilateral e integrada, que reúna os esforços de todas as nações em uma frente comum”, defendeu.

Entre as iniciativas destacadas pelas autoridades brasileiras no evento na Interpol estão a ampliação da rede internacional da Polícia Federal, hoje presente em todos os países da América do Sul; a criação do Centro de Cooperação Internacional da Amazônia; o fortalecimento da atuação na Tríplice Fronteira com a Argentina e o Paraguai; a repressão a crimes ambientais e cibernéticos; e a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública.

Lula também citou o trabalho de combate à lavagem de dinheiro e o compromisso de zerar o desmatamento ilegal até 2030.

A presidente e sua comitiva devem retornar para o Brasil, encerrando a agenda na França, na noite desta segunda-feira.

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