O Canadá atingirá este ano a meta de 2% do PIB destinados à defesa fixados pela Otan aos seus membros, anunciou o primeiro-ministro Mark Carney nesta segunda-feira (9), afirmando que seu país quer reduzir sua dependência militar dos EUA.
A promessa de Carney segue pronunciamentos similares de outros membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Ela ocorre após a pressão constante do presidente americano, Donald Trump, para que parceiros da aliança militar dediquem mais dinheiro à defesa.
“Hoje anuncio que o Canadá atingirá a meta de 2% da Otan este ano, meia década antes do previsto”, disse Carney durante um discurso na Universidade de Toronto.
“As ameaças que o Canadá enfrenta estão se multiplicando”, acrescentou.
“A ideia amplamente divulgada durante muito tempo de que a posição geográfica do Canadá nos protegeria é cada vez mais arcaica”, disse.
Segundo Carney, “as ameaças oriundas de um mundo mais perigoso e dividido estão sacudindo a ordem internacional”.
Desde que assumiu o cargo em meados de março, Carney fez uma série de alertas contundentes sobre o que definiu como a natureza de mudança da liderança global dos Estados Unidos sob o mandato de Trump.
“Os Estados Unidos estão começando a monetizar sua hegemonia: cobrando pelo acesso aos seus mercados e reduzindo suas contribuições (relativas) para nossa segurança coletiva”, disse Carney, ao condenar a guerra comercial de Trump.
Também advertiu que o Canadá “despertou de repente para novas ameaças à (sua) segurança e soberania”, incluindo da Rússia e da China.
Carney enquadrou o anúncio como uma medida “para proteger os canadenses, não para satisfazer os contadores da Otan”.
Em abril, a Otan anunciou que 22 de seus 32 membros atingiram o objetivo de gasto de 2%.
Os países europeus, em particular, aumentaram seus orçamentos militares desde a invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022, e a Otan definiu 2% como linha de base para o gasto.
Durante uma conferência em Londres na segunda-feira, o secretário-geral da Otan, Mark Rutte, prevê chamar a aumentar em 400% as capacidades de defesa aérea e antimísseis da aliança atlântica para enfrentar especialmente uma Rússia que “espalha o terror do céu”.
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