
No dia 1º de junho de 2025, a ativista climática sueca Greta Thunberg embarcou no navio Madleen, com destino à Faixa de Gaza. A bordo estão 12 ativistas, incluindo a eurodeputada francesa Rima Hassan e o brasileiro Thiago Ávila. A missão, organizada pela Freedom Flotilla Coalition, se propõe a entregar ajuda humanitária simbólica à população gazati.
O governo israelense declarou que não permitirá que o navio atraque em Gaza, considerando a missão uma provocação perigosa. A Marinha de Israel está preparada para interceptar a embarcação caso ela se aproxime das águas territoriais israelenses.
Diante desse cenário, dirijo-me a ambos com propostas que visam promover a empatia, a justiça e a paz. Reconheço que o conflito é complexo, marcado por décadas de violência, desconfianças mútuas e impasses diplomáticos. O trauma dos atentados de 7 de outubro, o sofrimento da população civil em Gaza, usada como escudo humano, e a atuação do Hamas, tudo torna as soluções difíceis e sensíveis. Ainda assim, acredito que passos simbólicos e concretos podem abrir caminhos.
À Greta: amplie sua empatia Peço que amplie seu olhar para incluir todas as vítimas deste conflito. Há 20 seres humanos sequestrados, longe de suas famílias. Seus parentes israelenses, que ainda aguardam o retorno de seus entes queridos mantidos como reféns pelo Hamas desde outubro de 2023, também sofrem profundamente. Greta, você se importa também com eles? Proponho que, caso o governo de Israel permita sua entrada no país, você, Thiago, a eurodeputada e seu grupo se comprometam a visitar dois desses reféns. Tal gesto reforçará seu compromisso com a dignidade humana de todos os afetados por essa tragédia.
A Netanyahu: uma proposta pragmática Ciente da vossa preocupação com os reféns, proponho que o governo de Israel ofereça permissão de atracação do navio Madleen em Gaza mediante duas condições: 1. Que o Hamas entregue cinco reféns vivos a Israel; e 2. Que Greta e seu grupo se comprometam a visitar outros dois reféns.
Conclusão Acredito que este episódio pode servir para que cada um dos dois lados obtenha algo que deseja. Creio que, por meio de gestos de empatia e coragem, é possível construir pontes mesmo nas circunstâncias mais adversas. Espero que Greta e Netanyahu aceitem a proposta, mostrando empatia e boa vontade, bases para a busca da paz. William Douglas é Desembargador federal e integrante da Turma de Direito Tributário do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2). É professor, escritor, Mestre em Estado e Cidadania e pós-graduado em Políticas Públicas e Governo. ** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal iG