Acostumado aos holofotes da Champions League, o técnico Carlo Ancelotti mergulhou pela primeira vez na atmosfera visceral da Copa Libertadores. O italiano esteve no Estádio Nilton Santos, na noite desta terça-feira (28), onde acompanhou de perto a vitória do Botafogo sobre a Universidad de Chile, resultado que garantiu a classificação do clube carioca à próxima fase da competição continental.
Ao lado de de integrantes da Comissão Técnica, Ancelotti teve o primeiro contato prático com o “futebol de sangue”, como muitos definem a Libertadores. Um torneio tecnicamente inferior à elite europeia, mas que compensa na entrega, na raça e na pressão da arquibancada.
O técnico da Seleção Brasileira foi recepcionado por Thairo Arruda, CEO do Botafogo, e recebeu uma camisa personalizada do clube. Apesar de nenhum jogador do alvinegro ter sido convocado para a primeira lista da era Ancelotti, Igor Jesus e Alex Telles estiveram na pré-lista e seguem no radar da comissão. Igor, inclusive, fez boa partida, e pode ter despertado novas conversas internas.
A visita teve um caráter simbólico e estratégico. No dia 5 de junho, Ancelotti fará sua estreia oficial à frente da Seleção, em um confronto contra o Equador, e a partida no Nilton Santos serviu como aperitivo da intensidade emocional e física que o técnico vai enfrentar no comando do Brasil.
A Libertadores, com suas peculiaridades de arbitragem, campos hostis e jogos truncados, oferece uma amostra realista dos obstáculos que o treinador encontrará nas Eliminatórias Sul-Americanas e, futuramente, na própria Copa América. Ancelotti, com seu estilo sereno e cerebral, terá agora que dosar o controle tático europeu com a temperatura sul-americana.
Lições fora de campo
A agenda do italiano segue movimentada. Nesta quarta-feira (29), ele deve estar presente no Maracanã para acompanhar Flamengo x Deportivo Táchira, pela Libertadores. No domingo (2), irá a São Paulo para ver Corinthians x Vitória, pelo Brasileirão. O objetivo é claro: conhecer o máximo possível da realidade do futebol brasileiro — suas estrelas, seus desafios e seu ritmo.
Em meio às observações técnicas, a presença no Nilton Santos também teve peso institucional: um gesto de aproximação com os clubes e com a torcida brasileira, que espera dele mais do que títulos — espera empatia com o jogo jogado aqui, do jeito que ele é.