Carreira em ascensão, curso no exterior, viagens em família: quem é o engenheiro que esfaqueou ex, filha de 1 ano e sogra


Nas redes sociais, Luis Fernando Silveira, de 32 anos, demonstra amor pelos filhos e compartilha conquistas pessoais e profissionais. Ele foi detido por vizinhos após o ataque à mulher, que está grávida, e está preso preventivamente. Antes de ser esfaqueada, mulher já tinha relatado comportamento agressivo de ex-marido
Feliz, com amigos, uma carreira profissional em ascensão e uma vida repleta de realizações pessoais e profissionais como filhos e viagens em família. Pelas redes sociais, o engenheiro civil Luís Fernando Silveira, de 32 anos, demonstra ser uma pessoa diferente daquela que, segundo a Polícia Civil, desrespeitou uma medida protetiva e entrou em um apartamento na última segunda-feira (21) e esfaqueou a ex-mulher que está grávida, a filha de 1 ano e a sogra em Franca (SP).
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Silveira, que foi detido com a ajuda de funcionários e moradores do condomínio, responde por tentativa de feminicídio e está preso preventivamente após a Justiça argumentar que ele tem perfil agressivo e, em liberdade, representa um risco às vítimas.
O advogado de defesa dele, Wesley Felipe Martins, informou que tentará um habeas corpus. Ele disse também que dará um novo posicionamento sobre o caso na quinta-feira (24). Em depoimento à polícia, o engenheiro disse que agiu depois de ser impedido de ver o filho mais velho, de 7 anos.
Luis Fernando Silveira, de 32 anos, é suspeito de esfaquear a ex, a filha e a sogra em Franca (SP)
Reprodução/ Redes sociais
A ex-mulher dele, Amanda Ramazini, de 31 anos, permanece internada em estado grave após levar em torno de 20 facadas, com deslocamento de placenta e uma perfuração no pulmão. A sogra, Rosana Ramazini, de 53 anos, e a filha de 1 ano se feriram, mas tiveram alta.
Carreira, amigos e família
Com graduação e curso de inglês no Canadá, entre outras experiências como participação em eventos, Luís Fernando Silveira consolidou uma carreira profissional em ascensão nos últimos anos.
Formado há seis anos em engenharia civil, após estágios e uma passagem como projetista júnior em uma empresa de Ribeirão Preto, está há mais de quatro anos em uma companhia ligada ao agronegócio como especialista em sistemas de irrigação.
Silveira também registra nas redes sociais já ter apoiado entidades voluntárias e, em diferentes publicações, saiu em defesa de causas como meio ambiente e vacinação.
Amanda Ramazini, de 31 anos, e o ex-marido, Luís Fernando Silveira, de 32 anos, meses antes do término do relacionamento
Reprodução/ Redes sociais
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Pelas publicações, também é possível ver que o engenheiro civil tinha um círculo de amigos com quem compartilhava a paixão pelo futebol – era torcedor do Palmeiras -, e não deixava de compartilhar fotos de momentos com a família, como viagens e visitas a locais como clube, museu e estádio de futebol.
Nas redes, ele também mantém fotos principalmente com o filho mais velho, de 7 anos, o primeiro da relação com Amanda, de quem havia se separado há apenas um mês depois de dez anos juntos. Eles estavam casados desde 2021.
Além do menino de 7 anos, o casal tinha uma filha de 1 ano – a que foi esfaqueada na segunda-feira – e um bebê no terceiro mês de gestação.
O engenheiro civil Luis Fernando Moreira Bentivoglio Silveira, suspeito de esfaquear a ex-mulher, a filha e a avó da criança em Franca, SP
Reprodução/EPTV
Relação conturbada
Apesar disso, familiares das vítimas contam que o comportamento de Silveira no relacionamento era bem diferente. Otávio Baldim Ramazini, irmão de Amanda, diz que ela sofria abusos psicológicos, que a relação do casal era conturbada e que, em 2019, ela chegou a registrar um boletim de ocorrência contra o engenheiro.
Em uma das brigas, de acordo com ele, Amanda contou à família que Silveira teria tentado agredi-la e jogado o filho contra a parede. Ainda segundo Otávio, a irmã tinha medo que o engenheiro pudesse fazer algo contra a vida dela e dos filhos.
Mãe de Amanda e que também foi esfaqueada na última segunda-feira, Rosana Baldim Ramazini afirma que o engenheiro civil era emocionalmente instável, agressivo em alguns momentos, e chegou a humilhar a mulher e o filho de 7 anos que, segundo o tio, chegou a ser alvo de uma tentativa de sequestro dias antes do ataque a facadas.
“Uma instabilidade muito grande, em um momento muito amoroso, em um momento muito agressivo, não de bater, mas verbalmente, é uma pessoa que usa palavras muito duras, muito mesmo, pra diminuir a pessoa, ele fez isso com a minha filha o tempo todo, e ele fazia isso com meu neto também”, diz.
Rosana Baldim Ramazini, de 53 anos, foi esfaqueada com a filha e a neta pelo genro em Franca, SP
Reprodução/EPTV
A filha, no entanto, mantinha a esperança de que as coisas melhorariam entre eles, mas isso não aconteceu, afirma Rosana. Uma semana antes do ataque no apartamento, Silveira chegou a ser preso após furar um pneu do carro de Amanda e estava com uma medida protetiva para não se aproximar da ex. Isso teria ocorrido, segundo a Polícia Civil, porque ele não aceitava o fim do relacionamento.
“Uma vez ele teve agressão física com ela, e a gente fez um boletim de ocorrência, mas a mulher, quando ela está em uma situação de vulnerabilidade como essa, no momento em que ela está passando pela situação é uma coisa, e depois o dia a dia, as promessas de perdão, as promessas de mudar, e ela sempre acreditou, e nós somos pró-família, nós não queríamos realmente que chegasse a esse ponto, infelizmente, infelizmente chegou a esse ponto”, diz.
Imagens de câmeras de segurança mostram momento em que engenheiro chega correndo atrás da ex, que acabou esfaqueada no banheiro em Franca, SP
Câmeras de segurança/ Arquivo pessoal
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