
A Justiça de Roraima revogou a prisão temporária do empresário musical Matheus Possebon, após a defesa apresentar provas de que ele não estava no local do sequestro e tortura de Antônio Filho, ocorridos em 8 de fevereiro de 2023. A decisão, proferida pela juíza Noêmia Cardoso Leite de Sousa, considerou que os documentos e vídeos autenticados demonstram que Possebon estava em Xangri-Lá e Porto Alegre (RS) na data dos fatos, descartando sua participação direta.
O caso remonta a uma investigação da Operação Jeremias 22:17, que apura um suposto esquema de milícia ligada ao garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami. Possebon foi inicialmente preso após ser reconhecido pela vítima em uma reportagem televisiva, mas a defesa, liderada pelo advogado Fábio Tofic Simantob, contestou a identificação, alegando erro.
O Ministério Público e a Polícia Civil manifestaram-se favoráveis à revogação, reconhecendo que não há mais riscos à investigação. A juíza destacou que, diante das novas provas, a prisão tornou-se desnecessária, mas o processo segue em andamento para apurar outras possíveis conexões.
Entenda o caso
Matheus Possebon, ex-diretor da Opus Entretenimento (que já trabalhou com artistas como Alexandre Pires e KLB), foi preso em 2023 na Operação Disco de Ouro, acusado de integrar um esquema de lavagem de dinheiro do garimpo ilegal. Desta vez, sua prisão ocorreu sob suspeita de envolvimento em sequestro e tortura para recuperação de carga de cassiterita roubada.
A decisão desta sexta-feira (23) também determinou a soltura do delegado Adriano Félix Claudino da Silva (AM) e da vereadora Adriana Souza dos Santos (RR), que colaboraram com as investigações.
A defesa de Possebon reforçou o compromisso com a transparência e aguarda a continuação do processo. Enquanto isso, a PF analisa dados de eletrônicos apreendidos com outros investigados para esclarecer o caso.
O post Justiça revoga prisão de ex-empresário suspeito de envolvimento com milícia no garimpo apareceu primeiro em Folha BV.