O estudante de medicina J. C. C., de 26 anos, foi preso em flagrante nesta sexta-feira (23) em Boa Vista por armazenar material pornográfico envolvendo crianças e adolescentes. A prisão ocorreu durante uma operação interestadual da Polícia Civil de Roraima, integrada à Operação Caminhos Seguros, coordenada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP).
A ação resultou no cumprimento de quatro mandados de busca e apreensão — dois em Boa Vista (RR), um em Manaus (AM) e outro em Frutal (MG) – frutos de uma investigação que durou cerca de cinco meses. Além do estudante de medicina, outras três pessoas foram identificadas como suspeitas: D. V. B. S., 21 anos, principal alvo e com prisão preventiva decretada, que segue foragido; M. S. O., 27 anos, em Manaus; e B. P., 19 anos, em Boa Vista.
De acordo com o delegado adjunto da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), Matheus Rezende, os investigados utilizavam redes sociais e aplicativos para obter imagens íntimas de adolescentes.
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“Ele iniciava conversas com os adolescentes, criava um vínculo de confiança e, posteriormente, solicitava o envio de imagens íntimas. Após receber o conteúdo, passava a ameaçar as vítimas, exigindo dinheiro para não divulgar as fotos. Em alguns casos, invadia os dispositivos das vítimas e se passava por elas para enganar familiares e amigos, chegando a pedir dinheiro em nome das vítimas”, explicou o delegado.
Também teria sido constatado que, após pedir dinheiro aos familiares e amigos de uma das vítimas, de 14 anos de idade, o acusado a coagia a mentir para os pais. Rezende detalhou que o estudante induzia a vítima a afirmar que precisava de dinheiro para comprar um livro virtual, justificativa usada para que os pais realizassem transferências bancárias.
“Os pais dessa vítima passaram a desconfiar que algo estava errado, pois ela alegava que o dinheiro era para a compra de algum produto que nunca aparecia. Ao pressioná-la, ela terminou confessando o que estava acontecendo e os pais procuraram a Polícia Civil”, disse o delegado.
Todo o material apreendido passará por perícia para aprofundar as investigações e identificar eventuais outros envolvidos na rede criminosa.
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