Gente, estou aqui fazendo uma lista de compras para repor a despesa aqui de casa para o final de semana, quando recebo uma mensagem da minha amiga do Cosme Velho.
Acontece que, o mundo da fotografia encontra-se de luto após anunciarem que um dos maiores fotógrafos brasileiros, Sebastião Salgado faleceu na tarde desta sexta-feira (23), em Paris, na França, onde morava. O mineiro era considerado um dos maiores nomes da fotografia documental no mundo e sua morte foi confirmada por amigos próximos à imprensa.
O fotógrafo enfrentava problemas de saúde decorrentes de uma malária que adquiriu nos anos 90. Ele deixa a mulher, Lélia Wanick Salgado, dois filhos e uma vasta obra que eternizou populações vulneráveis, paisagens esquecidas e temas sociais urgentes.
O Instituto Terra emitiu um comunicado lamentando a triste perda.
“Com imenso pesar, comunicamos o falecimento de Sebastião Salgado, nosso fundador, mestre e eterno inspirador”, começa o texto. “Sebastião foi muito mais do que um dos maiores fotógrafos de nosso tempo. Ao lado de sua companheira de vida, Lélia Deluiz Wanick Salgado, semeou esperança onde havia devastação e fez florescer a ideia de que a restauração ambiental é também um gesto profundo de amor pela humanidade. Sua lente revelou o mundo e suas contradições; sua vida, o poder da ação transformadora.”
“Neste momento de luto, expressamos nossa solidariedade a Lélia, a seus filhos Juliano e Rodrigo, seus netos Flávio e Nara, e a todos os familiares e amigos que compartilham conosco a dor dessa perda imensa”. E o texto finaliza: “Seguiremos honrando seu legado, cultivando a terra, a justiça e a beleza que ele tanto acreditou ser possível restaurar. Nosso eterno Tião, presente! Hoje e sempre. Instituto Terra”.
Sebastião Salgado foi um dos maiores fotógrafos brasileiros e uma referência mundial no fotojornalismo humanitário. Nascido em Aimorés, Minas Gerais, em 1944, formou-se em Economia pela Universidade de São Paulo e pela Sorbonne, em Paris. Iniciou sua carreira fotográfica em 1973, após abandonar um cargo na Organização Internacional do Café.
Ele viajou por mais de 120 países, produzindo imagens em preto e branco que retratam a dignidade humana em contextos de guerra, pobreza e desigualdade social. Seus trabalhos mais emblemáticos incluem as séries Trabalhadores, Êxodos e Gênesis, que foram amplamente divulgadas em livros e exposições internacionais.
Além de sua contribuição na fotografia, Salgado também era ambientalista: em 1998, fundou o Instituto Terra, em Minas Gerais, com sua esposa Lélia Wanick Salgado, dedicado à recuperação ambiental da região do Vale do Rio Doce. Seu legado foi reconhecido com diversos prêmios, incluindo sete World Press Photo e o Prêmio Príncipe de Astúrias das Artes, em 1998.