Novidades do Estufa Botequim trazem mais sabor e personalidade

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Desde a inauguração do Estufa Botequim, no antigo endereço do Le Parisien, na 104 Norte, eu só tinha feito uma visita rápida — daquelas só pra conhecer mesmo. À primeira vista, o lugar parecia promissor: preços justos, ambiente agradável… mas ainda faltava algo. Faltava personalidade, aquele tempero a mais pra competir com a onda botequeira que invadiu a Asa Norte nos últimos dois anos.

Meses depois, voltei ao local para conferir de perto as mudanças no cardápio, originalmente assinado pelo chef Leandro Nunes, e entender como anda a vibe da casa.

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Foto: Divulgação

Já adianto: curti — e muito — as novidades. Leandro trouxe mais da sua essência à cozinha, com uma pegada bem brasileira, cheia de diversidade e temperos que carregam referências regionais. A dupla de tacos de porco com barbecue de açaí e tortilla de tapioca (R$ 36) foi um excelente começo — saborosa e equilibrada, perfeita pra abrir a noite. Mais leve, mas igualmente marcante, o ceviche de peixe branco com leite de tigre aromatizado com tucupi e crocante de pastel (R$ 44) deu um toque brasileiro à clássica iguaria peruana.

Despretensioso, o petisco de camarões empanados com tapioca e molho tártaro de açaí (R$ 46) me surpreendeu positivamente: fritura impecável, marisco no ponto certo e um molho que acrescenta uma camada extra de sabor.

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Foto: Divulgação

Não é muito minha praia, mas o jiló recheado com requeijão, linguiça suína e geleia de jabuticaba (R$ 24, duas unidades) chamou atenção e rendeu elogios. Já a batata frita com cupim e aioli defumado (R$ 48) foi unanimidade na mesa. Sinceramente? Talvez a melhor batata frita da região.

A carta de drinks também ganhou reforços, com criações autorais de nomes duvidosos, mas sabores surpreendentes. O Iracema da Faria Lima Bloody Mary (vodka, tucupi, molho de tomate com tamarindo, habanero defumado, molho inglês, limão e sal — R$ 33) conquistou meu coração. A acidez do tamarindo contrastando com a defumação e o álcool no final… Posso dizer com segurança: é o melhor da cidade.

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Foto: Divulgação

Outro acerto foi o Geraldão Fitzgerald (gin envelhecido em amburana com priprioca, limão-siciliano, calda de açúcar e angostura — R$ 33), uma versão mais encorpada do clássico, que harmonizou perfeitamente com os petiscos. Aliás, o casamento entre comida e bebida está tão bem construído que dá vontade de experimentar tudo em pares.

Dessa vez, a visita foi bem mais positiva. Saí com o Estufa no radar — tanto pra indicar quanto pra voltar sem pressa. Com sabores mais marcantes e uma identidade mais clara, a casa parece finalmente ter se encontrado. Agora mostra melhor a que veio, com toques criativos que fogem do óbvio, mas sem abandonar a alma e os clássicos de boteco. Vale aproveitar o happy hour pra conhecer — e, se der, ficar até mais tarde explorando o cardápio.

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