Rússia questiona eventuais negociações sobre a Ucrânia no Vaticano

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O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, expressou dúvidas nesta sexta-feira (23) sobre uma eventual negociação com a Ucrânia no Vaticano, depois que Estados Unidos, Itália e o papa Leão XIV expressaram a esperança de que a cidade-Estado receba as conversações.

“Não seria muito elegante que países ortodoxos discutissem em território católico temas relacionados a eliminar as causas fundamentais (do conflito)”, disse Lavrov.

“Para o próprio Vaticano não seria muito cômodo, nas atuais circunstâncias, receber delegações de países ortodoxos”, acrescentou.

O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, afirmou pouco depois que, “até o momento, não foi tomada nenhuma decisão ou acordo sobre o próximo local das negociações”.

Representantes de Kiev e Moscou participaram na Turquia, na semana passada, das primeiras conversações diretas desde 2022, ano em que começou a ofensiva russa em larga escala contra a Ucrânia.

A reunião teve um forte alcance simbólico, mas não conduziu ao anúncio de um cessar-fogo, nem a nenhum avanço importante.

Desde então, muitas fontes especulam sobre a possibilidade de uma segunda rodada de discussões, que não foi confirmada.

Segundo o Wall Street Journal (WSJ), o presidente americano Donald Trump disse aos líderes europeus em 19 de maio que os próximos diálogos entre russos e ucranianos aconteceriam no Vaticano.

A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, declarou na terça-feira que o papa Leão XIV confirmou que estava disposto a receber no Vaticano as negociações sobre a Ucrânia.

Na quinta-feira, a AFP questionou o porta-voz da presidência ucraniana, Serguii Nikiforov, sobre o tema, mas ele se recusou fazer comentários.

O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, disse na segunda-feira que Kiev “examinava todas as possibilidades” sobre o local de um novo encontro bilateral com os russos, incluindo “Turquia, Vaticano, Suíça”.

A ofensiva russa na Ucrânia provocou um abalo nas relações entre a Santa Sé e o patriarca ortodoxo russo Cirilo, que apoia com veemência a campanha e o presidente russo, Vladimir Putin.

© Agence France-Presse

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