As cotações do petróleo perderam terreno nesta quinta-feira (22), afetadas pelo orçamento dos Estados Unidos e pelos rumores de um novo aumento da produção por parte da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (Opep+).
Em Londres, o preço do barril de tipo Brent para entrega em julho caiu 0,72%, para 64,44 dólares. Já seu equivalente no mercado americano, o West Texas Intermediate (WTI), com vencimento no mesmo mês, recuou 0,60%, para 61,20 dólares.
O presidente americano Donald Trump comemorou nesta quinta-feira a aprovação na Câmara dos Representantes de seu megaorçamento, que inclui a prorrogação dos créditos fiscais de seu primeiro mandato.
Contudo, segundo vários analistas independentes, a extensão desses créditos pode aumentar o déficit do governo federal em entre 2 e 4 bilhões de dólares (entre 11 e 22 bilhões de reais) na próxima década.
Isso “suscitou preocupações sobre […] a saúde da economia [americana], o que repercutiu nos preços do petróleo”, explicou Phil Flynn, do Price Futures Group.
O texto passa agora para o Senado, onde os legisladores republicanos já anunciaram sua intenção de introduzir mudanças importantes.
O chamado ouro negro “também está sendo pressionado pelos novos rumores sobre a Opep”, apontou Flynn.
Desde abril, o cartel colocou mais barris no mercado e a um ritmo mais rápido que o previsto inicialmente, o que contribuiu, em grande medida, para a queda do petróleo.
Além disso, os preços “já estavam sob pressão devido às informações de que a administração Trump […] estava organizando uma quinta rodada de negociações nucleares com o Irã, com a mediação de Omã”, acrescentou Flynn.
Os investidores estão à espera da próxima rodada de conversas entre Estados Unidos e Irã nesta sexta-feira. Se as negociações fracassarem, os Estados Unidos podem aumentar as sanções sobre o setor petrolífero iraniano.
O Irã era o nono maior produtor mundial de petróleo em 2023, segundo a Agência de Informação sobre Energia dos Estados Unidos (EIA, na sigla em inglês), e tem a terceira maior reserva comprovada, depois de Venezuela e Arábia Saudita.
© Agence France-Presse