O irmão do presidente de Governo espanhol, Pedro Sánchez, será julgado por suposto tráfico de influências por sua contratação em 2017 por uma instituição pública no sudoeste da Espanha, segundo uma decisão judicial de um tribunal divulgada nesta quinta-feira (22).
David Sánchez, que foi nomeado responsável pelo escritório de Artes Cênicas da província de Badajoz e é irmão mais novo do dirigente socialista, será julgado ao lado de outras dez pessoas, incluindo o secretário-geral do Partido Socialista na região de Extremadura, indicou a decisão judicial.
Sánchez é suspeito dos crimes de tráfico de influências e prevaricação, apontou a decisão da juíza de instrução Beatriz Biedma, que não especifica a data do julgamento.
O irmão de Pedro Sánchez era investigado desde junho de 2024 pelas supostas irregularidades em sua contratação em meados de 2017, após uma denúncia realizada pelas Manos Limpias, um coletivo próximo à extrema direita.
Em uma decisão anterior, Biedma considerou que “existem indícios” de que David Sánchez “teria utilizado influência na Diputación de Badajoz” governada pelos socialistas, “para obter seu próprio benefício”.
A juíza considerou que David Sánchez, sabendo que o cargo “havia sido criado para ele, candidatou-se ao cargo e fez a entrevista para simular a legalidade formal do procedimento”.
A contratação ocorreu em junho de 2017, poucos dias depois de Pedro Sánchez ter sido eleito como secretário-geral do Partido Socialista, naquele momento na oposição, embora o posto tenha sido criado no ano anterior.
A decisão da juíza chega em um momento de debilidade para Pedro Sánchez, por outras investigações que acusam o seu entorno, uma contra sua esposa, Begoña Gómez, por suposta corrupção e tráfico de influências, e outra contra o procurador-geral, uma figura nomeada pelo Executivo.
Ante todos esses casos, o presidente de Governo acusou a direita e a extrema direita de estar por trás de uma “campanha” de desprestígio para desestabilizar seu Executivo.
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