Reitora da Universidade Columbia é vaiada durante formatura

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

Claire Shipman, reitora interina da Universidade Columbia, nos Estados Unidos, foi vaiada por parte dos 12 mil formandos durante a cerimônia de formatura da instituição nesta quarta-feira (21). Em seu discurso, mencionou a ausência de Mahmoud Khalil, que deveria receber seu diploma nesta semana, mas está detido pelo ICE, o serviço de imigração dos EUA.

No vídeo, muitos formandos gritam “Free Mahmoud Khalil”, pedindo a libertação do estudante da universidade que foi preso após envolvimento em protestos pró-Palestina.

No contexto de repressão do governo de Donald Trump a estudantes estrangeiros envolvidos em ativismo pró-Palestina, Shipman afirmou: “Acreditamos firmemente que nossos estudantes internacionais têm os mesmos direitos à liberdade de expressão que todos os demais.” E acrescentou: “Eles não devem ser punidos por exercer esses direitos.”

Enquanto isso, manifestantes pró-Palestina fizeram um protesto do lado de fora do local da cerimônia principal de formatura da universidade. Entre eles, alguns ex-estudantes rasgaram seus diplomas.
Neste mês, Columbia suspendeu mais de 65 estudantes por participação em manifestação pró-Palestina que forçou o fechamento da principal biblioteca do campus.

A universidade cedeu, em março, às pressões exercidas pelo governo federal e aceitou permitir operações de detenção no campus. A instituição também aceitou mudanças em seu departamento de estudos sobre o Oriente Médio como condição para recuperar US$ 400 milhões (cerca de R$ 2,3 bilhões) suspensos pelo governo Trump, que acusou a universidade de falhar no combate ao antissemitismo.

A reitora interina, no entanto, já disse que a universidade “rejeitaria a orquestração pesada do governo, que poderia prejudicar nossa instituição e minar reformas úteis”. Ela afirmou que qualquer acordo em que as autoridades federais ditassem “o que ensinamos, pesquisamos ou quem contratamos” seria inaceitável.

A universidade ganhou manchetes no mundo todo em 2024, quando se tornou um dos principais palcos de manifestações estudantis contra a guerra na Faixa de Gaza, a destruição e as mortes causadas por Israel contra a população palestina na região, e o apoio dos EUA ao seu aliado histórico no Oriente Médio.

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