A equipe da deputada federal Bia Kicis já dá como certa a candidatura dela ao Senado. E até nas redes sociais ela já é chamada de “minha senadora” pelos próprios assessores. Na verdade, ainda é preciso muito malabarismo para isso.
A esperança de Bia é ter sua votação puxada para cima por uma companheira de chapa: é mais do que provável que a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro seja candidata à outra vaga no Senado e isso poderia ajudar Bia.
Mas existem tantos condicionantes que complica o jogo. Todos sabem que o governador Ibaneis Rocha também é candidato a senador. Ele foi reeleito em primeiro turno e forma dobradinha com a vice Celina Leão, embora seja de partido diferente: Celina pertence ao PP e Ibaneis ao MDB. Celina é franca favorita na eleição para governadora e, caso Ibaneis se desincompatibilize, já estará no cargo antes mesmo das eleições.
Alianças já traçadas
Embora de partidos diferentes, Michelle Bolsonaro já está mais do que comprometida com a eleição de Celina Leão, o que também pesa em favor de Ibaneis.
Para completar a complicação, o PL já tem candidato a governador, o atual senador Izalci Lucas, que deixou o PSDB com a condição de receber a legenda. Para o sonho de Bia se efetivar seria necessário, portanto, uma enorme série de condições: Michelle precisaria romper a aliança longamente costurada com Celina, transferir toda a sua votação para Bia e, de quebra, levar Celina a romper com Ibaneis, jogando seus votos para Izalci.
Todo mundo que conhece política sabe que essas composições artificiais demais, que contrariam uma ordem já estabelecida, não costumam dar certo. Por isso, gente que é do ramo já começa a prevenir Bia a manter sua cadeira de deputada, usar a sobra de votos para eleger um aliado – o nome mais citado é o do distrital Thiago Manzoni – e deixar para mais tarde seus sonhos majoritários.
