Cajucultura em expansão exige atenção a pragas e doenças

Com a chegada de novos cultivos de caju à região de Bonfim, no interior de Roraima, especialistas alertam para a importância do manejo correto de pragas e doenças que afetam o cajueiro. Durante uma palestra técnica voltada a produtores locais, o pesquisador em Fitopatologia Marlon Martins detalhou os principais problemas fitossanitários que podem comprometer a produção e a qualidade do fruto.

“Mostramos algumas doenças que são muito comuns no Nordeste, mas que também podem atingir o cultivo aqui, já que a cajucultura está se expandindo em Roraima. É essencial que o produtor saiba identificar os sintomas e tenha acompanhamento técnico para um diagnóstico preciso”, afirmou o especialista.

Entre as doenças mais recorrentes está o oídio do cajueiro, causado pelo fungo Erysiphe quercicola. A doença ataca tecidos jovens, flores e frutos, comprometendo a qualidade do pedúnculo (parte comestível do caju) e causando perdas econômicas significativas. Outra doença de destaque é a antracnose, provocada pelo fungo Colletotrichum gloeosporioides, que causa manchas e necroses nos frutos. Também foi mencionada a bacteriose, associada a bactérias do gênero Xanthomonas, que afeta folhas, ramos e castanhas.

“Essas doenças precisam ser diferenciadas das pragas, que são causadas por insetos”, explicou Dr. Marlon. “Por exemplo, temos a traça-da-castanha, a broca-das-pontas e a mosca-branca, que também preocupam os produtores. Todas exigem monitoramento e técnicas específicas de controle.”

Segundo informações da Embrapa, a traça-da-castanha pode causar perdas de até 80% da produção quando não controlada. Já a broca-das-pontas, além de reduzir a formação de frutos, compromete o vigor dos ramos. A mosca-branca interfere na fotossíntese da planta ao favorecer o surgimento de fungos como o mofo-preto.

Para lidar com esses desafios, o pesquisador orienta os produtores a buscarem orientação técnica e apostarem em práticas como o uso de cultivares resistentes, aplicação criteriosa de defensivos (quando necessário) e manutenção da sanidade do pomar. “Com um bom acompanhamento, o produtor saberá se o problema é oídio, traquinose, traça da castanha ou qualquer outro, e poderá tomar decisões corretas”, completou.

A recomendação é que cursos específicos sobre o tema sejam promovidos com frequência para ampliar o conhecimento dos produtores. “Hoje mostramos de forma breve os principais pontos, mas o ideal seria aprofundar, com capacitações voltadas só para doenças e pragas do caju”, sugeriu Marlon.

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