Um ex-militar americano detido na Venezuela desde novembro foi libertado e retornou aos Estados Unidos, confirmou nesta terça-feira (20) o enviado especial do presidente Donald Trump, Richard Grenell.
O veterano da força aérea Joseph St. Clair, de 33 anos, não tinha dado sinais de vida desde que desapareceu na Colômbia em novembro do ano passado.
“Joe St. Clair está de volta aos Estados Unidos. Hoje, me encontrei com funcionários venezuelanos em um país neutro para negociar uma estratégia que colocam os Estados Unidos em primeiro lugar”, escreveu Grenell na rede social X, retomando um slogan do presidente americano.
St. Clair “esteve detido injustamente na Venezuela desde novembro de 2024”, afirmou sua família em comunicado.
“Essa notícia chegou tão repentinamente, e ainda estamos processando, mas estamos cheios de alegria e gratidão”, disseram os pais do ex-militar, Scott e Patti St. Clair.
A família expressou sua gratidão a Trump e a seu enviado especial Grenell.
O comunicado da família não proporciona detalhes sobre as condições nas quais St. Clair foi detido.
Há quase quatro meses, Caracas libertou seis americanos detidos no país, o que foi apresentado como uma espécie de avanço diplomático com um governo que Washington considera hostil.
Naquele então, Grenell, que exerce como enviado para missões especiais, viajou a Caracas e se reuniu com o presidente Nicolás Maduro, que tinha pedido um “novo começo” nos laços com Washington.
Segundo a ONG Foro Penal, com sede em Caracas, ao menos cinco americanos, entre eles um franco-americano, estavam detidos na Venezuela no início de março, de um total de 66 “presos políticos” estrangeiros.
Washington acusa Maduro de fraude em sua reeleição nas eleições presidenciais de julho de 2024, mas, na semana passada, Trump recebeu um elogio por ter enviado em um avião para Caracas uma menina venezuelana de dois anos cujos pais foram deportados dos Estados Unidos sem ela.
Nesta segunda-feira, a Suprema Corte dos Estados Unidos suspendeu temporariamente uma ordem emitida por um juiz que protegia cerca de 350.000 venezuelanos de serem expulsos do país.
Mas, dias antes, manteve o bloqueio das expulsões de migrantes sob a Lei de Inimigos Estrangeiros de 1798, invocada contra venezuelanos acusados de pertencerem à gangue Trem de Aragua.
Trump estima que essa gangue de origem venezuelana está envolvida em “ações hostis” e “ameaça com uma invasão ou incursão predadora contra o território dos Estados Unidos”.
Segundo a Casa Branca, o “regime hostil” de Maduro está no controle dessa organização.
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