Preços do petróleo flutuam em mercado nervoso por contexto geopolítico e econômico

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Os preços do petróleo flutuaram, nesta segunda-feira (19), em um mercado nervoso pela queda da classificação creditícia dos Estados Unidos, os diálogos sobre a guerra na Ucrânia e as negociações sobre o programa nuclear iraniano.

O preço do barril de Brent do mar do norte para entrega em julho recuou 0,20%, a 65,54 dólares.

Seu equivalente americano, o barril de West Texas Intermediate, para entrega em junho, avançou 0,32%, a 62,69 dólares.

“Tem muito nervosismo no mercado”, disse à AFP o analista John Kilduff, da empresa Again Capital.

No começo da sessão, as cotações sofreram o impacto da decisão da agência Moody’s de rebaixar, na sexta-feira, a nota de crédito dos Estados Unidos de Aaa para Aa1, preocupada com a inflação. A agência também alterou a perspectiva dos Estados Unidos de negativa para estável.

Analistas concordam em que a redução não foi uma grande surpresa, levando em conta a magnitude da dívida e do déficit americanos, mas “o momento é prejudicial”, afirmou o analista John Evans, da PVM.

No contexto geopolítico, os operadores se mantêm na incerteza diante das diferentes negociações em curso.

O mercado continua observando “idas e vindas sobre a questão nuclear iraniana, sem saber realmente o que está acontecendo”, comentou Kilduff.

O Irã, um dos dez maiores produtores de petróleo do mundo, está sob efeito da política de “pressão máxima” do presidente americano, Donald Trump, desde seu retorno ao poder em janeiro, com várias sanções que apontam para suas exportações de petróleo.

Um acordo sobre seu programa nuclear provavelmente terá como contrapartida a flexibilização das sanções, e portanto a possibilidade de que mais barris de petróleo bruto sejam produzidos, um fator que faz os preços caírem.

Nesta segunda-feira, Trump afirmou que Rússia e Ucrânia “começarão imediatamente” as negociações para um cessar-fogo, após falar por telefone por mais de duras horas com seu contraparte russo, Vladimir Putin.

No entanto, com Teerã ou Moscou, “nada está confirmado ainda” e daí a consternação do mercado, explicou à AFP Stephen Schork, do The Schork Group.

Por outro lado, os indicadores econômicos publicados nesta segunda pela China enviaram sinais contraditórios: a produção industrial cresceu mais rápido do que o previsto em abril, mas as vendas no varejo permaneceram decepcionantes, ilustrando a fragilidade da demanda local.

A China é o primeiro importador de petróleo do mundo e a saúde de sua economia influencia fortemente a cotação desta commodity.

© Agence France-Presse

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