

Transplante no SUS passará a ter acompanhamento pré e pós-operatório – Foto: Canva/Divulgação/ND
Após a publicação de uma portaria em fevereiro, o Ministério da Saúde incluiu no SUS os transplantes de intestino delgado e multivisceral. Estarão habilitadas pessoas com falência intestinal ou outras condições que afetem os órgãos abdominais.
Além disso, o acompanhamento médico no pré e pós-transplante no SUS também passa a integrar a tabela de procedimentos.
A inclusão dos transplantes na tabela de serviços foi publicada no Diário Oficial da União e decidida com base em recomendação da Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias) no SUS. Segundo a medida, a oferta deve ser efetivada até agosto.
A falência intestinal é uma condição em que o intestino perde a capacidade de digerir e absorver nutrientes adequadamente. Nesses casos, o tratamento mais comum é paliativo: a nutrição parenteral, em que os nutrientes são administrados diretamente nas veias por meio de um pequeno tubo, chamado de cateter.

Intestino delgado e multivisceral farão parte de tabela de transplante no SUS – Foto: Agência Brasil
No entanto, segundo os especialistas da Conitec, embora o procedimento seja importante, ele pode “trazer consequências para a saúde dos pacientes, o que muitas vezes impossibilita a continuidade do tratamento”.
Já o transplante, apesar de ser uma alternativa complexa e que envolve uma longa recuperação, oferece uma melhora significativa e “permite uma rotina mais próxima da normalidade”, diz o Ministério em nota.
Além do procedimento, conforme portaria publicado na última segunda-feira (12), quem estiver na fila para o transplante também terá direito a consultas médicas a cada dois meses. Já os pacientes transplantados serão acompanhados mensalmente no primeiro ano e a cada dois meses a partir do segundo ano.
Transplante no SUS passa a incluir intestino delgado e multivisceral com acompanhamento regular de pacientes
Segundo o Ministério da Saúde, estudos mostram que, atualmente, cerca de 15 pacientes por ano precisam desses procedimentos.
O transplante de intestino delgado é indicado para casos de falência intestinal grave ou complicação da nutrição parenteral total. A cirurgia envolve a substituição do órgão doente por um intestino saudável de um doador.

Transplante no SUS serão incluídos para casos de falência intestinal – Foto: Banco de Imagens/ND
Já o transplante multivisceral é indicado quando múltiplos órgãos do sistema digestivo estão comprometidos e não podem ser tratados de forma eficaz com terapias convencionais.
Por isso, o procedimento é caracterizado pelo transplante de dois ou mais órgãos abdominais (estômago, pâncreas, intestino delgado, fígado e, às vezes, o cólon) ao mesmo tempo.
Os procedimentos de transplante no SUS já estavam disponíveis em alguns hospitais, devido a convênios estabelecidos pelo Ministério com centros de excelência.
Para a decisão pela ampliação da oferta, além do custo do transplante em si, foram considerados os gastos dos pacientes com a manutenção da saúde, considerando, ainda, que podem enfrentar complicações durante o tratamento.
* Com informações do Estadão Conteúdo