Governo do Paraná pagará desapropriação do Estádio do Pinheirão com dinheiro da venda da Copel


Justiça ainda definirá o valor a ser pago. Plano do governo é construir Centro de Convenções no local e considera o projeto estretégico. Privaticação rendeu mais de R$ 3,1 bilhões ao Executivo. Governo do Paraná anuncia desapropriação do estádio do Pinheirão, em Curitiba
O Governo do Paraná pretende pagar a desapropriação da área onde fica o antigo Estádio do Pinheirão, em Curitiba, com dinheiro arrecadado com a venda de ações da Companhia Paranaense de Energia (Copel).
A informação está em decreto editado nesta quarta-feira (23) pelo governador Ratinho Junior (PSD) e foi confirmada ao g1 pelo secretário de Planejamento, Guto Silva.
A área desapropriada tem 124 mil metros quadrados. O estádio chegou a receber partidas de futebol da Seleção Brasileira e não recebe jogos desde 2007. O governo prevê a demolição de todo o complexo e, conforme o decreto, no lugar será construído um Centro de Convenções. Veja detalhes a seguir.
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Em 2012, o empresário João Destro, de Cascavel, arrematou o terreno em leilão por mais de R$ 57 milhões. Nesta quarta, ele disse ainda não ter sido procurado pelo governo estadual e que calcula que, hoje, a área total é avaliada em R$ 600 milhões.
Com a desapropriação, o governo estadual passa a ser dono do imóvel. O preço a ser pago ao proprietário ainda será definido pela Justiça, o que deve ocorrer ainda esta semana, segundo o secretário de Planejamento.
Porém, o proprietário pode recorrer na Justiça se não concordar com o valor.
O dinheiro da Copel
Em agosto de 2023 o Governo do Paraná formalizou na Bolsa de Valores a privatização da Copel. Ao todo, a negociação atingiu o montante de R$ 5,2 bilhões, sendo que R$ 3,16 bilhões ficaram com o Executivo.
Na época, o Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR) fez orientações à Secretaria do Planejamento sobre as regras de uso dos recursos e sobre a necessidade de dar transparência ao processo. O governo criou um portal de acompanhamento dos valores.
Segundo o portal, R$ 1,5 bilhão já foram alocados em projetos. A g1, Guto Silva detalhou que a desapropriação deve ser paga com a parcela destinada à “Infraestrutura”.
Portal da Secretaria do Planejamento na noite de 23/10/2024
Divulgação
De acordo com o secretário de Planejamento, o governo estadual considera, sim, uma prioridade destinar os recursos à desapropriação do espaço diante do da perspectiva de fortalecimento do setor de turismo e serviços com a construção do “Centro de Convenções do Paraná”.
“O estado entende que é uma área estratégica, importante para a capital, para o estado. […] O projeto na sua totalidade, como nós estamos desenhando, com hotelaria, restaurantes, todo esse potencial construtivo, possivelmente ultrapasse R$ 1 bilhão”, detalhou o secretário.
Guto Silva esclareceu que os recursos da venda da Copel devem ser usados apenas para bancar a desapropriação do terreno, não a construção do complexo de eventos.
O que será construído no lugar do estádio?
Projeto do Centro de Convenções divulgado pelo Governo do Paraná
SEPL
De acordo com o governador Ratinho Junior, o projeto inclui uma arena de eventos, um centro de exposições para até 25 mil pessoas e um complexo comercial, com setor hoteleiro e boulevard com restaurantes e academia.
“Será um lugar para grandes eventos, shows, encontros e exposições e a ideia é poder fazer desse complexo um grande atrativo para eventos voltados a cada vez mais turistas, o que significa mais dinheiro para o nosso comércio, restaurantes, hotéis, o setor de serviços que gera muito emprego para a nossa gente”, disse.
O governo estadual afirma que, após a desapropriação e o projeto inicial, será realizado projeto de engenharia para a construção da estrutura, através de uma concessão ou de uma parceria público privada.
Segundo o secretário de Estado do Planejamento, Guto Silva, o Centro de Convenções colocará o Paraná “na rota de grandes eventos globais”.
“O mercado de simpósios, congressos, eventos culturais, artísticos e esportivos movimenta muito dinheiro todos os anos e o Paraná não tem uma estrutura desse porte para participar desse cronograma”, argumentou.
Veja fotos do projeto:
Projeto divulgado pelo Governo do Paraná
SEPL
Projeto divulgado pelo Governo do Paraná
SEPL
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