Veja como foi o simulado de inundação em Tubarão

Tubarão foi uma das 256 cidades catarinenses que participaram do 1° Simulado de Gestão de Desastres realizado em Santa Catarina. Desde a manhã do domingo (18), o Grupo de Ações Coordenadas (GRAC) se reuniu no Paço Municipal para dar início ao exercício de inundação progressiva, onde a comunidade do bairro KM 60, uma das mais afetadas nas cheias de 2022, participou dos testes e treinamentos.

A atividade seguiu o roteiro de uma situação real de risco, começando com o estado de atenção, passando pela elevação do nível do Rio Tubarão e chegando à condição de emergência, com evacuação de área e mobilização de atendimentos. Veículos de resgate, viaturas, ambulâncias, embarcações e maquinário da prefeitura foram utilizados durante toda a operação.

Além da Defesa Civil, participaram do simulado as secretarias municipais de Saúde, Infraestrutura, Assistência Social, Mulher e Família e Planejamento e Urbanismo, além das Fundações de Educação e de Meio Ambiente e a Polícia Municipal. Entidades externas como Polícia Militar, Polícia Penal, Corpo de Bombeiros, Exército, Polícia Militar Rodoviária e a regional estadual da Defesa Civil também participaram da ação.

O começo

Durante a apresentação e início do simulado, marcado para às 9 horas, o secretário de Proteção e Defesa Civil do município, Rafael Marques, apresentou alguns pontos de dificuldade no bairro mapeados previamente. Ruas como a João Tramontin Farias e Agostinho Bernardo Patrício são vias complexas para efetuar manobras e tráfego de caminhões, onde a recomendação foi para que as viaturas entrassem de ré, caso seja necessário realizar algum resgate nas localidades.

De acordo com o simulado, o Rio Tubarão entraria em estado de atenção às 09h30, com a elevação da água a cada 30 minutos, entrando nos níveis de alerta e emergência e alcançando o pico máximo às 11 horas, quando ele transbordaria totalmente. A partir das 9h30, enquanto o GRAC coordenava as ações de resposta e recebia ocorrências no Paço Municipal, cada secretaria ou força de segurança envolvida entrava em contato com as equipes da rua, que começavam a se mobilizar.

A mobilização envolveu a abertura do abrigo no salão paroquial do bairro, onde equipes faziam o cadastro dos supostos desalojados da comunidade e também prestavam atendimento médico. A Polícia Municipal montou uma operação de trânsito em frente ao abrigo, uma vez que diversos veículos, como ambulâncias e caminhonetes passaram a transitar pelo local, em frente à SC-390.

O que mudou desde 2022?

Um dos pontos apresentados pelo município durante o começo do simulado foi o avanço com relação ao monitoramento da bacia hidrográfica do Rio Tubarão, situação que facilita a avaliação dos cenários em toda a região. Com o passar dos anos, a rede de dados servirá de base para efetuar uma modelagem, prevendo então qual será o nível do rio em determinado horário, podendo calcular previamente o momento exato para, por exemplo, evacuar uma região afetada pelas águas.

As câmeras de monitoramento instaladas pela Agência Reguladora de Saneamento (AGR) estão localizadas em cidades como São Martinho, Orleans, Braço do Norte e em Tubarão, na ponte Prefeito Paulo Osny May. Os equipamentos podem funcionar até 72 horas sem energia elétrica e possibilitam a visualização em tempo real desses pontos do rio. Em breve, mais equipamentos serão instalados em Armazém e na Ponte da Guarda, em Tubarão, ampliando a cobertura do monitoramento.

Corpo de Bombeiros

O 8° Batalhão de Bombeiros Militar (BBM) mobilizou equipes, viaturas, embarcações e ambulâncias para o KM 60. Uma das principais atividades desenvolvidas pelos militares foi a simulação de um resgate no rio. Um bombeiro treinado ficou à deriva no rio, onde posteriormente o bote da corporação efetuou o resgate do homem. Outro bombeiro fez o trabalho de subir a vítima pelo costão rochoso, até colocá-lo em segurança na superfície.


Exército

O Exército Brasileiro, através da 14ª Companhia de Engenharia de Combate de Tubarão, também apoiaram na simulação da ocorrência. Além de disponibilizar diversos caminhões que serviriam para transporte de pessoas ou materiais, os soldados construíram uma passarela de uma margem a outra no rio. O exercício já é treinado ao longo do ano em terra firme e desta vez foi colocado em prática na água.

A travessia flutuante seria utilizada caso uma das pontes que fazem a ligação das comunidades fosse arrancada pela força da água. Situações como o nível do rio e a correnteza interferem neste tipo de operação, mas em condições favoráveis, como a deste domingo, a passarela foi finalizada em apenas 15 minutos. Com o uso de coletes salva vidas, autoridades e parte da população presente pode fazer a travessia no local.


Saúde

Uma ambulância da Secretaria de Saúde, bem como equipes especializadas, simularam o resgate de dois pacientes em estado grave, onde foi necessário manobrar e retirar as vítimas que estavam imóveis na maca rígida e acomodá-las no abrigo. Devido a grande mobilização da comunidade, uma equipe também esteve realizando a vacinação contra a gripe no salão paroquial para aqueles que quisessem aproveitar a oportunidade para tomar o imunizante.


Infraestrutura

Maquinários e equipes da Secretaria de Infraestrutura também participaram do simulado. Aguardando o sinal do secretário Fabiano Modolon, o deslocamento iniciou somente a partir das 9h30, justamente para simular o tempo de resposta em uma situação real. Na localidade, a limpeza e abertura de uma vala foi realizada na proximidade da paróquia, movimento que poderia ser repetido em uma situação real para escoar parte da água do rio.

Assistência Social

Membros da Secretaria de Assistência Social, Família e Mulher abriram o abrigo e orientaram a população presente para se cadastrar, movimento importante para saber quantos pessoas estariam desabrigadas ou desalojadas em uma situação real. Na oportunidade, sete assistentes faziam os registros das informações, como o endereço das casas afetadas e de quais itens estariam precisando naquele momento. Caso seja necessário, cadastros nos Centro de Referência de Assistência Social (CRAS)  e Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) também são efetuados.

Psicólogas e assistentes sociais também se deslocariam para todos os abrigos mobilizados em uma situação real. O treinamento para voluntários é um próximo passo planejado pela secretaria em conjunto com a Defesa Civil municipal.


Animais

A preocupação com os animais também foi uma das novidades no simulado. Um espaço para acomodar os pets foi preparado no abrigo, com caixas de transporte e ração. A iniciativa partiu do Bem-Estar Animal da Funat, principalmente considerando as problemas que o Rio Grande do Sul enfrentou com relação a resgate e abrigo de animais nas enchentes de 2024.


Na segunda etapa do simulado, já na parte da tarde, foram encenadas ações de recuperação e reconstrução, como desobstrução de vias e levantamento de documentos que seriam necessários para solicitar apoio estadual e federal em uma situação real de desastre.

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