Quais movimentos de Gilmar Mendes no STF ainda envolvem a CBF

IGOR SIQUEIRA
RIO DE JANEIRO, RJ (UOL/FOLHAPRESS)

A eleição na CBF está convocada, Samir Xaud é candidato único, mas há algumas arestas a serem aparadas no Supremo Tribunal Federal (STF). Elas envolvem a situação política na entidade e estão nas mãos do ministro Gilmar Mendes.

Houve movimentos recentes feitos por advogados e pelo próprio ministro, que tem estado no centro das discussões sobre a entidade.

Neste domingo (18), no dia em que Samir registrou candidatura, Gilmar deu uma sinalização no processo.

A análise dizia respeito à tentativa de Ednaldo Rodrigues de voltar ao poder. Um recurso feito na quinta-feira e outro na sexta, com o mesmo objetivo.

Na verdade, o primeiro recurso foi feito em nome da CBF, em um movimento questionável porque Ednaldo e seus advogados já tinham sido tirados do poder naquela ocasião.

Até por isso, no dia seguinte, o presidente afastado entrou com um pedido que parecia mais adequado, pedindo para fazer parte do processo, como terceiro interessado.

Mas ele já esbarrou em uma questão técnica.

O ponto é que Gilmar Mendes não vai analisar nesse longo e famoso processo no STF pedidos que envolvam a briga pela presidência da CBF.

O caso, sim, já serviu para isso. Mas agora a discussão foi separada. O intuito é apenas analisar a questão constitucional e abstrata: o Ministério Público tem prerrogativa de propor e assinar termos de ajustamento de conduta a entidades esportivas?

O julgamento sobre isso, inclusive, está marcado para continuar no dia 28 de maio. Mas ele não vai atacar diretamente o cotidiano da CBF.

Onde isso pode acontecer – mas é considerado improvável?

Em uma petição aberta para discutir especificamente a assinatura do coronel Nunes no acordo que fora homologado por Gilmar no STF e tratava da eleição de Ednaldo em 2022.

Só que o próprio ministro mandou o assunto de volta para o Tribunal de Justiça do Rio.

Foi nessa que o desembargador Gabriel Zefiro anulou o acordo, diante da suspeita de que Nunes não estivesse em plenas condições mentais de assinar o documento, em janeiro deste ano.

O assunto “assinatura do coronel” virou uma petição no STF. E Gilmar avisou: “Advirto aos interessados que as questões associadas especificamente à CBF devem ser tratadas na Pet 13.783/DF”.

Até agora, Gilmar não se manifestou na petição. Então, a vida segue na CBF. Nova eleição, e um candidato prestes a ser eleito: Samir Xaud.

Politicamente, os opositores de Ednaldo Rodrigues não esperam qualquer virada no jogo.

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