“Volta ao passado: hábitos de lazer antigos conquistam nova geração”

Roupas, acessórios e itens de decoração feitos à mão têm invadido as redes sociais (Foto: Divulgação)

Em meio ao ritmo acelerado da vida digital, cresce o movimento de resgate de hábitos de lazer considerados “antigos”, que agora ganham nova vida e conquistam espaço entre jovens e adultos. Atividades como crochê, jardinagem, colecionar discos de vinil, fazer piqueniques, decorar com peças vintage e jogar tabuleiro se transformaram em alternativas para quem busca desacelerar, criar conexões reais e cultivar bem-estar longe das telas.

Esse retorno ao simples não é apenas nostálgico. É uma resposta ao cansaço provocado pelo excesso de estímulos digitais e à necessidade de experiências mais autênticas, táteis e presenciais.

Crochê, bordado e o valor do feito à mão
Tradicionalmente ligados à memória afetiva familiar, o crochê e o bordado estão de volta com estética moderna e propósito renovado. Roupas, acessórios e itens de decoração feitos à mão têm invadido as redes sociais, especialmente entre jovens que encontram nessas atividades uma forma de expressão criativa, terapia antistresse e até um novo modelo de negócio artesanal.

Jardinagem: cultivar a calma e a natureza
Ter plantas em casa se tornou mais do que uma tendência de decoração. É uma forma de reconexão com o tempo e com o cuidado. Da montagem de hortas em apartamentos ao cultivo de flores e temperos em pequenos vasos, a jardinagem tem atraído quem busca tranquilidade e prazer no processo, além de incentivar práticas mais sustentáveis.

Discos de vinil e o som com alma
Os discos de vinil voltaram com força, não só entre colecionadores nostálgicos, mas também entre jovens que descobrem no ritual de ouvir um LP uma experiência muito diferente do streaming instantâneo. O toque, a capa, o chiado e a atenção à música como um acontecimento, não como trilha de fundo, fazem parte desse reencontro com o sensorial.

Piqueniques: convívio, natureza e estética simples
Se reunir ao ar livre com uma toalha no chão, comidinhas caseiras e decoração charmosa virou símbolo de um estilo de vida mais leve. Os piqueniques cresceram como alternativa de lazer social e acessível, muitas vezes impulsionados por redes sociais que celebram o “vintage estético” e o prazer das coisas simples — como rir com amigos, comer bem e sentir o vento no rosto.

Decoração vintage: aconchego e memória afetiva
Ambientes decorados com móveis antigos, objetos de brechó e peças com história ganharam protagonismo. Em vez de apostar apenas em tendências frias e minimalistas, muitas pessoas passaram a valorizar o lar como um espaço com alma, onde cada detalhe tem significado — do rádio antigo herdado dos avós ao armário restaurado com carinho.

Jogos de tabuleiro: diversão offline em grupo
Os jogos de tabuleiro também estão entre os hábitos que renasceram com força. Títulos clássicos como Banco Imobiliário, War e Detetive dividem espaço com novas edições modernas e colaborativas, que vão além da competição. Eles promovem interação face a face, raciocínio e, principalmente, momentos de diversão coletiva — algo cada vez mais raro no cotidiano dominado por telas e isolamento digital.

Jogue seus jogos favoritos. “Sejam jogos eletrônicos ou de tabuleiro, o importante é se divertir (Foto: Raisa Carvalho)

Mais do que passatempo, uma escolha de estilo de vida
O retorno desses hábitos não representa uma fuga do presente, mas uma revalorização do tempo e da experiência. Ao resgatar práticas do passado, muitas pessoas estão, na verdade, redescobrindo o prazer do agora — com mais presença, menos pressa e mais significado.

Em vez de viver no automático, essa nova geração de “nostálgicos conscientes” está mostrando que o velho pode, sim, ensinar muito sobre como viver melhor no mundo de hoje.

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