Caso Regiane: MPDFT obtém condenação de 70 anos por feminicídio e violência sexual

Foto: Reprodução

O Tribunal do Júri de Planaltina condenou, nesta quarta-feira (14), Sérgio Alves da Silva, conhecido como Serginho, a 70 anos e 11 meses de reclusão por uma sequência de crimes cometidos contra Regiane da Silva Oliveira, de 21 anos. Os fatos ocorreram entre os dias 17 e 18 de abril de 2023 e envolveram estupro, sequestro, roubo, homicídio e ocultação de cadáver.

A pena, considerada histórica na Circunscrição Judiciária de Planaltina, foi aplicada após o reconhecimento de todas as qualificadoras apresentadas pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). O réu foi condenado por homicídio quadruplamente qualificado, roubo majorado pelo uso de arma branca, sequestro com fins libidinosos, três estupros e ocultação de cadáver.

Segundo a denúncia da 1ª Promotoria de Justiça do Tribunal do Júri, Regiane foi abordada por volta das 21h do dia 17 de abril de 2023, quando voltava da escola de bicicleta. Na ponte que liga o Setor Sul ao Bairro de Fátima, ela foi interceptada por Sérgio, que a ameaçou com uma faca, roubou seu veículo e a sequestrou. A vítima foi mantida em cativeiro durante toda a madrugada, sendo estuprada repetidamente sob ameaça.

Na manhã seguinte, em 18 de abril, Sérgio cometeu novo estupro e, em seguida, matou Regiane com pelo menos 13 facadas. O laudo pericial apontou sinais claros de extrema violência e sofrimento, caracterizando o homicídio como meio cruel. O crime também foi classificado como feminicídio, uma vez que a jovem foi morta por sua condição de mulher, além de o assassinato ter sido cometido para impedir a responsabilização do autor pelos crimes anteriores.

Após o homicídio, o réu ocultou o corpo da vítima às margens de um rio e fugiu. Ele foi capturado dias depois ao ser flagrado cometendo outro assalto. A bicicleta de Regiane havia sido vendida por R$30, valor que Sérgio utilizou para comprar drogas.

Durante o julgamento, o promotor de justiça Bruno Carvalho Amaral Dias destacou a brutalidade dos crimes e a vulnerabilidade da vítima. “O brutal assassinato de Regiane abalou profundamente a nossa comunidade, mas a condenação exemplar do homicida representa um passo crucial na busca por justiça e respeito à memória da vítima, reafirmando o compromisso com a proteção e dignidade de todas as vidas”, afirmou.

Sérgio Alves da Silva não poderá recorrer em liberdade e permanecerá preso para cumprimento da pena.

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