Eletrobras reverte lucro e tem prejuízo de R$ 81 milhões no primeiro trimestre

NICOLA PAMPLONA
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS)

A Eletrobras registrou prejuízo de R$ 81 milhões no primeiro trimestre de 2025, revertendo lucro de R$ 447 milhões registrado no mesmo período do ano anterior. Segundo a empresa, o resultado foi provocado por questão contábil.

A empresa disse que a revisão, pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), da base de ativos regulatórios da subsidiária Chesf teve impacto negativo de R$ 952 milhões, afetando o resultado. O Ebitda, que mede a geração de caixa, cresceu 5,5% no trimestre, para R$ 5,3 bilhões.

A alta, diz a empresa, foi impulsionada pelo aumento na receita de geração de energia, além de queda de 8% nos custos com pessoal, materiais, serviços e outros e novos cortes nas provisões judiciais da empresa com a renegociação de acordos para pagamento de empréstimos provisórios.

Foi a primeira divulgação de balanço da companhia após a votação do acordo que garantiu aumento da participação do governo em seu conselho. O resultado, porém, não reflete o desempenho da nova gestão, que ainda não tomou posse.

O acordo foi aprovado em assembleia de acionistas em abril. Com ele, o governo passa a ter três assentos no colegiado que decide a estratégia da ex-estatal. Em troca, desobrigou a companhia de investir na conclusão da usina nuclear Angra 3.

Para suas vagas no conselho, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) indicou Silas Rondeau, Maurício Tolmasquim e Nelson Hubner, todos com passagens por posições relevantes no setor elétrico durante os mandatos presidenciais do partido.

Tolmasquim terá que deixar a diretoria de Transição Energética e Sustentabilidade da Petrobras para assumir o novo posto. Na terça (13), participou de sua última divulgação de balanço com a estatal.

A maior presença na gestão da companhia é uma demanda do presidente Lula desde o início do terceiro mandato, sob o argumento de que a União tinha poder de influência inferior aos cerca de 30% que detém da empresa -valor que chega a 42% se consideradas ações de bancos públicos e fundos de pensão.

Os acionistas da Eletrobras elegeram outros sete conselheiros. Seis eram recomendados pela administração da empresa: Vicente Falconi, Marisete Dadald Pereira, Ana Silvia Corso Matte, Felipe Villela Dias, Carlos Ferreira e Pedro Batista. O sétimo, o banqueiro Juca Abdalla, correu por fora.

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