Falhas em subestações provocaram apagão na Europa, diz ministra

Vários países da Europa passaram mais de 24h no escuroReprodução

Uma série de falhas, quase simultâneas, em subestações elétricas provocou o apagão sem precedentes que deixou toda a Espanha e Portugal sem energia por horas no último dia 28 de abril. A explicação foi dada nesta quarta-feira (14) pela ministra espanhola da Transição Ecológica, Sara Aagesen, durante audiência no Congresso.

Segundo Aagesen, que lidera a comissão de investigação formada por autoridades e empresas do setor elétrico, os primeiros sinais de instabilidade foram detectados 30 minutos antes do blecaute, com duas oscilações no sistema elétrico registradas às 12h03 e às 12h19, do horário local.

Em um intervalo de apenas 20 segundos, três incidentes distintos ocorreram: uma queda abrupta de energia em uma subestação na província de Granada, seguida por falhas em Badajoz e Sevilha. A soma dos três eventos resultou em uma perda de mais de 2,2 gigawatts, o que levou à desconexão automática da Península Ibérica do sistema elétrico europeu.

“Não há nenhuma indicação do operador do sistema de que a rede elétrica tenha sido alvo de um ataque cibernético”, disse Aagesen à DW.

Ela destacou que a origem exata da falha ainda está em apuração e que a análise dos dados pode levar tempo. A equipe responsável estuda, por exemplo, se as oscilações anteriores às falhas estão diretamente ligadas ao incidente principal. “Estamos analisando milhões de dados”, afirmou.

Aagesen também negou que o governo tenha ignorado possíveis alertas prévios, como sugeriram parlamentares da oposição. “Não houve nenhum alerta, nenhum aviso”, garantiu.

De acordo com a DW, após o apagão, o uso de fontes renováveis de energia passou a ser questionado por críticos, que apontam a possível falta de “inércia da rede” — geralmente oferecida por fontes como a energia nuclear e combustíveis fósseis — como um fator agravante. A ministra defendeu a política energética do governo e destacou que as energias renováveis têm ajudado a reduzir custos e aumentar a autonomia do país.

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