Uma dezena de funcionários de uma das maiores editoras da Rússia, a Eksmo, foram detidos após várias diligências policiais no âmbito de um caso de “propaganda LGBT”, informaram agências de notícias russas nesta quarta-feira (14).
Segundo a agência estatal TASS, entre os detidos está Anatoli Noroviatkin, diretor de distribuição da editora.
De acordo com os meios russos, o caso está relacionado com livros de outra editora, chamada Popcorn, que trabalha sob o guarda-chuva da Eksmo e publicava obras que tinham a ver, sobretudo, com indivíduos LGBTQIA+.
Em janeiro de 2023, a Popcorn se tornou a primeira editora russa a ser processada por “propaganda LGBT” após a denúncia de um deputado, segundo a ONG OVD-Info, que defende os direitos das pessoas detidas na Rússia.
O Kremlin endureceu sua retórica conservadora desde que iniciou a ofensiva contra a Ucrânia, há mais de três anos, e fez do conflito uma batalha contra os países ocidentais e seus valores, que considera decadentes.
No fim de 2023, a Suprema Corte russa proibiu o “movimento internacional LGBT” por “extremismo”, uma fórmula ambígua que abre as portas para altas penas de prisão.
A legislação foi modificada no final de 2022 para proibir qualquer forma de “propaganda” LGBTQIA+ em meios de comunicação, internet, livros e filmes.
Desde então, a polícia realiza uma ofensiva contra lugares vinculados à comunidade LGBTQIA+ e multiplicou as diligências em locais de lazer.
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