A presidente do Peru, Dina Boluarte, nomeou nesta quarta-feira (14) seu novo chefe de gabinete em meio a mais um dia de protestos contra seu impopular governo devido às extorsões do crime organizado.
A mandatária designou Eduardo Arana como substituto de Gustavo Adrianzén, que foi forçado a renunciar na terça-feira, antes que o Congresso votasse uma moção de censura contra ele.
Boluarte, cuja popularidade de 2% bate recordes históricos, deu posse ao seu quarto primeiro-ministro em 30 meses de governo, segundo uma cerimônia transmitida pela emissora estatal.
Arana, de 59 anos, exercia o cargo de ministro da Justiça desde setembro de 2023.
Novas manifestações ocorreram nesta quarta-feira para protestar contra a crescente crise de segurança, evidenciada principalmente pelo aumento das extorsões.
A presidente teve que renovar sua equipe de governo antes de enfrentar o voto de censura no Congresso, que refletiu a ira popular ao questionar a falta de resultados no combate ao crime organizado.
Encurralada pelas críticas, a presidente enviou os militares às ruas de Lima em apoio à polícia, com base no estado de emergência decretado em março.
Durante a cerimônia de posse de Arana, a presidente de 62 anos ratificou 16 ministros em seus cargos.
O presidente do Congresso, Eduardo Salhuana, havia pedido mais cedo que Boluarte nomeasse um chefe de gabinete “fora de seu entorno”, com o objetivo de enviar uma mensagem de unidade nesta reta final de seu mandato, que termina em julho de 2026.
“Precisamos de um gabinete de unidade nacional (…) É hora de incorporar outras figuras de diferentes partidos políticos ou independentes que deem maior estabilidade ao país”, declarou o chefe do Parlamento aos jornalistas.
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