Furtos de veículos e comércios geram sensação de insegurança no SIA

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O cenário no Setor de Indústria e Abastecimento (SIA) do Distrito Federal pode parecer tranquilo à primeira vista. Dados da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP/DF) revelam que, entre janeiro e abril deste ano, foram registradas 2.091 ocorrências de furto em veículos, o que representa uma média de aproximadamente sete casos por dia. No Setor de Indústria Gráfica e Abastecimento (SIA), foram contabilizadas 30 ocorrências desse tipo no mesmo período.

Ainda segundo a SSP-DF, foram registrados 123 roubos em comércios em todo o Distrito Federal nos quatro primeiros meses do ano. Nenhuma dessas ocorrências foi registrada no SIA. Quanto aos roubos de veículos, o DF contabilizou 313 casos no período, dos quais apenas dois ocorreram no SIA. Por trás das estatísticas, moradores, comerciantes e motoristas contam histórias que revelam uma realidade marcada por insegurança, prejuízos financeiros e pouca esperança de solução.

O vendedor Eduardo Silva, de 40 anos, teve seu carro furtado em plena luz do dia, em uma ida rápida ao mercado. “Foi algo muito rápido. Estava com minha família. Cerca de 30 minutos depois, só vi os vidros quebrados no chão e o espaço vazio. Foi tudo muito triste. Nem registrei a ocorrência. A gente já sabe como é”, desabafa. 

A autônoma Mari Claro Rios, de 35 anos, também foi vítima. Dois meses após o roubo de seu veículo, ainda lida com as consequências. “Vi pelas câmeras os indivíduos quebrando tudo. Registrei ocorrência, mas até hoje nada. Foi um prejuízo imenso. Hoje dependo de ônibus e não sei quando poderei comprar outro”.

Comerciantes em alerta constante

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Os donos de quiosques também sentem na pele os efeitos da criminalidade. Lourivaldo Pereira Villas Boas, de 55 anos, está há 22 anos no SIA. Apesar de considerar a área “tranquila”, teve um carro furtado em frente ao próprio ponto de trabalho. “Quando dei por falta, já era tarde. Fiz ocorrência, mas nunca consegui retorno, nem com imagens de câmeras”, conta. Lourivaldo diz que os “quiosqueiros fizeram um grupo no aplicativo WhatsApp e se reuniram para pagar um segurança particular para supervisionar a área, já que não se tem segurança pública”.

Já Manuel Vilarejo de Queiroz, com mais de 40 anos de atuação no setor e 16 anos à frente de seu quiosque “Quiosque do Manuel”, relata sucessivos prejuízos. “Fui assaltado uma vez e roubado outras três. Já levaram botijão de gás, cigarro, dinheiro. Uma perda de mais de R$ 5 mil. É difícil continuar. Se a gente parar para pensar muito, enlouquece”, afirma. Segundo ele, a sensação é de abandono: “A polícia passa e não aborda ninguém. Falta ação, falta presença. Aqui, quem quer abrir um comércio tem que pensar duas vezes”.

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A resposta do poder público

A Secretaria de Segurança Pública do DF afirma que tem investido na capacitação das forças de segurança, além da adoção de tecnologias e relatórios semanais com “manchas criminais”, que identificam locais e horários com maior incidência de crimes. Também foi criado o programa “Segurança Integral”, que promove ações conjuntas entre sociedade civil e órgãos públicos para reduzir a criminalidade e aumentar a sensação de segurança.

A Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) informa que atua com policiamento ostensivo e regionalizado, intensificando operações em áreas críticas e buscando integrar as ações com outras instituições. A SSP reforça ainda a importância do registro de ocorrências, ferramenta essencial para orientar o planejamento das ações policiais.

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