Deolane da Estrutural: advogada ligada ao tráfico é alvo de operação no DF

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Uma advogada apontada como figura-chave no esquema de tráfico de drogas que atua na Cidade Estrutural, no Distrito Federal, foi um dos alvos da operação deflagrada pela Polícia Civil do DF nesta quarta-feira (14). De acordo com a Coordenação de Repressão às Drogas (Cord), ela extrapolava o papel jurídico e atuava ativamente na lavagem de dinheiro da organização criminosa.

A profissional, integrante de uma comissão de prerrogativas da OAB-DF, usava terceiros como laranjas para figurar como sócios em distribuidoras de bebidas. Segundo as investigações, os estabelecimentos funcionavam como fachadas para movimentar recursos ilícitos oriundos da venda de entorpecentes como cocaína, maconha e crack.

Quatro mandados de busca foram cumpridos em endereços ligados à advogada — entre residências e pontos comerciais. Ela é apontada como uma das pessoas mais próximas de Fabiano da Silva Lira, conhecido como “Chucky”, líder do grupo criminoso responsável por controlar pelo menos 25 pontos de venda de drogas na Estrutural.

Conforme apurado, a advogada costumava se apresentar em audiências de custódia para defender membros da quadrilha presos, mas abandonava os processos pouco depois. A estratégia seria garantir que nenhum detido cooperasse com as investigações e revelasse o envolvimento de Chucky. Por sua notoriedade entre os criminosos locais, a advogada ganhou os apelidos de “Deolane da Estrutural” e “Bibi do pó”.

A Polícia Civil estima que o esquema tenha movimentado cerca de R$ 150 milhões nos últimos dois anos, utilizando uma rede de pontos de venda espalhados estrategicamente pela cidade. A organização também contava com um braço armado responsável por garantir o domínio sobre as bocas de fumo por meio de ameaças e violência.

A Operação Monopólio foi deflagrada para cumprir 22 mandados de prisão temporária e 29 de busca e apreensão em diversas cidades do DF, incluindo Paranoá, Ceilândia, Águas Claras e Samambaia, além de Aparecida de Goiânia (GO). A ação também resultou no bloqueio de 26 contas bancárias e no sequestro de bens como imóveis, veículos e estabelecimentos comerciais.

As investigações tiveram apoio da 8ª Delegacia de Polícia, na Estrutural, e revelam uma estrutura criminosa complexa, onde o tráfico de drogas se mantinha sustentado por advogados, violência armada e um esquema robusto de lavagem de dinheiro.

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