Poeira, lixo, falta de saneamento e o risco de estar próximo a tanques de produtos extremamente inflamáveis. Essa era a realidade de algumas famílias que precisaram ser retiradas da região do Setor de Inflamáveis, no Setor de Indústrias e Abastecimento (SIA), entre a última semana e esta.
Segundo dados da Secretaria de Proteção da Ordem Urbanística do Distrito Federal (DF Legal), entre o dia 5 de maio e segunda-feira (12), foram removidas 55 edificações precárias localizadas em área de risco, muitas delas encostadas nos muros de empresas de produtos inflamáveis.
Para aumentar o risco, a maior parte delas recebia energia de postes clandestinos, com ligações feitas de forma irregulares, com alto risco de curto-circuito. Ao menos 22, de acordo com a DF Legal, foram desligados pela Neoenergia.
Durante o primeiro dia de retirada das famílias do local, as equipes de imprensa também puderam acompanhar a situação precária de algumas residências. Estruturas de madeira, cercadas por materiais recicláveis eram a combinação perfeita para a proliferação de ratos e baratas, como pode ser observado, colocando a saúde das pessoas que moram no local em risco.
Tais condições eram incompatíveis com a dignidade humana, o que precisou de atenção do Estado. Ao todo, quatro fossas sépticas e duas cisternas foram inutilizadas, evitando, ainda, a degradação do solo.
Assistência do poder público
Antes, durante e após as ações, de acordo com a Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes-DF) a Unidade de Proteção Social 24h (UPS24h) tem acompanhado as famílias que acabaram tendo suas casas removidas.
Ao menos 40 famílias, segundo dados da Sedes-DF, foram atendidas. À elas foi ofertado acolhimento institucional, mas, de acordo com a pasta, não foi aceito, além da providência de refeições para o café da manhã, almoço e jantar, até a sexta-feira.
O Centro de Referência de Assistência Social (Cras) do Guará realizou o atendimento individual das famílias, alisando caso a caso a concessão de serviços e benefícios, como auxílio-vulnerabilidade e o Cartão Prato Cheio. A Sedes-DF afirma, ainda, que continuará acompanhando os desabrigados.