Durante um encontro com o presidente da China, Xi Jinping, a primeira-dama do Brasil, Rosângela da Silva, a Janja, causou constrangimento ao criticar diretamente o TikTok, rede social de origem chinesa. Segundo os colunistas Andréia Sadi e Valdo Cruz, do G1, Janja pediu a palavra de forma inesperada e afirmou que o algoritmo da plataforma favorece discursos da direita no Brasil, classificando os efeitos da rede como nocivos ao debate público no país.
O comentário surpreendeu até mesmo integrantes da comitiva brasileira, uma vez que a participação de Janja no encontro era protocolar e não previa falas. Um ministro chegou a dizer que “ninguém entendeu nem o tema, nem o pedido” da primeira-dama, reforçando o desconforto com a intervenção.
Diante da crítica, Xi Jinping respondeu que as autoridades brasileiras têm legitimidade para regular ou até mesmo banir o TikTok de seu território, caso julguem necessário. Nos bastidores, o episódio foi visto como o principal ponto negativo da viagem, segundo um integrante da comitiva que classificou o momento como “constrangedor”. A primeira-dama chinesa, Peng Liyuan, também teria demonstrado incômodo com a situação.
A crítica de Janja acontece em um contexto delicado para a empresa controladora do TikTok, a chinesa ByteDance, que enfrenta pressões nos Estados Unidos. O governo americano busca forçar a venda da operação da rede social no país a uma companhia norte-americana, o que já provocou reações negativas de Pequim.
Apesar do episódio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva manteve o tom diplomático ao lado de Xi Jinping e afirmou que Brasil e China estão “dispostos a unir vozes contra o protecionismo”, reforçando a aliança estratégica entre os dois países.
