Com o crescimento acelerado das plataformas de apostas esportivas, os chamados “bets”, cresce também a preocupação com o vício que esse comportamento pode causar. De acordo com a psicóloga comportamental Milena Fávaro, diversos fatores contribuem para que uma pessoa desenvolva dependência nesse tipo de atividade, como a acessibilidade aos aplicativos, a crise econômica, a fragilidade emocional e o vínculo cultural com o futebol no Brasil.
“Vivemos em uma geração que busca alívio rápido, uma “dopamina barata” para amenizar o sofrimento. As bets acabam sendo um escape que alimenta a ilusão do dinheiro fácil” explica.
Segundo a profissional, o contato com as apostas geralmente começa por curiosidade ou influência social, e quando isso se soma a características como impulsividade ou dificuldades financeiras, o risco de vício é elevado. A pessoa entra em um ciclo de crenças distorcidas, acreditando que vai recuperar o que perdeu ou que tem o controle da situação.
Prejuízos e sinais de alerta
A psicóloga ressalta que o vício em apostas pode trazer danos significativos à saúde mental, com risco de depressão, ansiedade e até ideação suicida. O momento de buscar ajuda, segundo Milena, é quando o comportamento começa a gerar prejuízos na vida social, financeira, emocional ou profissional. “Quando há sofrimento envolvido, já não é mais entretenimento. Buscar ajuda é um ato de coragem”, afirma.
Como procurar ajuda e como funciona o tratamento
Entre os principais obstáculos, está a influência dos algoritmos das plataformas digitais, que mantêm o apostador constantemente exposto a estímulos. A especialista recomenda medidas como desinstalar aplicativos, excluir contas e até trocar o número do celular, como forma de cortar o ciclo de compulsão.
O tratamento pode começar com o apoio de pessoas próximas, mas é essencial buscar acompanhamento especializado com psicólogos ou psiquiatras. A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) é a abordagem mais recomendada, com técnicas eficazes para lidar com vícios comportamentais.
O processo terapêutico foca na identificação de gatilhos emocionais, pensamentos automáticos disfuncionais e na reconstrução de hábitos saudáveis. “Não basta apenas “parar” de apostar. É necessário substituir esse comportamento por atividades funcionais e prazerosas, como esporte, arte, hobbies e convivência em grupo”, pontua Milena.
A psicóloga finaliza com um alerta: o vício em apostas é sério, crescente e precisa ser tratado com responsabilidade. A boa notícia é que existe tratamento e recuperação possível.
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