SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)
Depois de seis anos, a cerimônia em que o Guia Michelin anuncia suas famosas estrelas voltou a acontecer na capital paulista nesta segunda (12). A grande mudança anunciada no evento, no luxuoso hotel Rosewood, ao lado da Paulista, foi que o país perdeu um restaurante no grupo de casas que tem duas estrelas.
Cinco restaurantes receberam duas estrelas: D.O.M. (SP), Oro (RJ), Tuju (SP), Evvai (SP) e Lasai (RJ). O Brasil segue sem ter nenhum representante com a classificação máxima, a de três estrelas.
O número de casas com uma estrela subiu para 20, tendo como estreantes Casa 201 e Osseile (RJ) e Kanoe e Ryo (SP). Fame, Jun Sakamoto, Maní, Picchi e Cipriani também fazem parte deste grupo. O Oteque, que tinha duas estrelas, perdeu uma.
O guia dá a restaurantes três (cozinha excepcional), duas (excelente) e uma (requintada), além dos chamados Bib Gourmand (para casas com boa relação entre qualidade e preço).
Foram cinco novidades na categoria Bib Gourmand, A Casa do Porco, Clandestina, Cepa, Jacó e Manioca da Mata. Além delas, fazem parte da lista em São Paulo A Baianeira, Balaio, Banzeiro, Capim Santo, Cuia,
Cora, Ecully e Komah, entre outros. Do Rio, integram Didier e Miam Miam.
Restaurantes que fazem parte da seleção do ano, mas que não receberam estrelas, incluem Fasano, Cais, Cantaloup, Casa Rios, Chez Claude, Metzi, Animus, Jiquitaia, Charco, Aiô e Nelita, de São Paulo. Mr. Lam, Ocyá, Sud, Toto e Rudá são exemplos entre as casas cariocas.
Doze novas casas fazem parte dessa seleçãp de casas recomendadas, entre eles Giulietta, Sal Gastronomia e Shin Zushi, de São Paulo, e Babbo Osteria, do Rio.
Entre os prêmios especiais está o de sommelier do ano, faturado por Marcelo da Fonseca Lopes Costa, do Evvai. Novidade, o prêmio de jovem chef foi para Iago Jacomussi, do Jacó. Na categoria que homenageia serviço do ano, foi eleito Rodrigo Cavalcante, do Tuju.
A noite teve a apresentação de Didi Wagner. A cerimônia teve a presença do secretário de Turismo de São Paulo, Rui Alves (Republicanos), do vice-prefeito da cidade do Rio, Eduardo Cavaliere (PSD), e da secretária municipal de Turismo do Rio de Janeiro, Dani Maia.
“São Paulo tem várias experiências gastronômicas, é uma cidade fora da curva. A gente tem uma preocupação atenta para tudo o que traz divisas para a cidade. E o prefeito, Ricardo Nunes, tem um olhar carinhoso para isso”, diz Rui Alves.
Em sua versão brasileira, o Michelin avalia somente endereços estrelados nas cidades de São Paulo e do Rio de Janeiro desde que estreou no país, há dez anos.
Em 2024, Brasil teve 21 restaurantes contemplados na publicação, além dos 6 com duas estrelas, 15 conquistaram uma estrela. Além disso, o prêmio tem agora duas categorias, de sustentabilidade e prêmio de melhor abertura do ano (dado para o paulistano Tuju, do chef Ivan Ralston em 2024).
Para se ter uma ideia, a Argentina, que teve sua primeira edição do guia em 2024, tem um restaurante com duas estrelas e nove com uma na edição atual. Já Nova York, famoso destino gastronômico americano, tem cinco restaurantes com três estrelas, 13 com duas e 54 com uma estrela.
Diferente da lista do 50 Best, em que votos de uma série de jurados são compilados, o Guia Michelin envia inspetores próprios para visitar anonimamente restaurantes e avaliá-los. Entre os critérios estão qualidade dos ingredientes, personalidade que o chef expressa na cozinha, o domínio de técnicas e a regularidade.
O guia ficou sem edição no país de 2021 a 2023. No ano seguinte, voltou ao Brasil graças a um investimento conjunto de R$ 9 milhões das prefeituras de São Paulo e do Rio de Janeiro para viabilizar o prêmio até 2026.
Neste ano, a Prefeitura de São Paulo investiu R$ 2,1 milhões para que a festa acontecesse na capital. Em 2024, quando a festa aconteceu no Rio de Janeiro, a prefeitura carioca desembolsou um adicional de R$ 1,9 milhão para realizar a premiação -marcando o primeiro ano da retomada no Brasil com festa no também luxuoso Copacabana Palace.
Nos contratos com a francesa Michelin, é necessário fazer investimento extra para que uma cerimônia aconteça -o guia é publicado independentemente do evento de premiação e tem um formato online, disponível em site e app do Michelin, apesar de ainda manter a publicação física em alguns países, como a França.
A publicação de origem francesa retornou ao Brasil em cenário de expansão, depois de cobrir pela primeira vez cidades na América Latina e Estados Unidos. Como exemplo, fez em 2024 sua estreia na Cidade do México e na Argentina, com Buenos Aires e Mendoza.
Também no ano passado, a Michelin anunciou a criação de um símbolo para a classificação de hotéis no mundo. Os estabelecimentos vão receber “chaves” com base em cinco critérios avaliados pela equipe, como arquitetura, qualidade do serviço e contribuição para o bairro em que estão.
Com 125 anos, o guia foi criado pelos irmãos Edouard e André Michelin em 1900, na França, com informações de onde abastecer e consertar o carro, onde comer e se hospedar.
Mais tarde, a publicação começou a contratar profissionais para visitarem as casas de forma anônima -hoje, os chamados inspetores. Em 1926, os restaurantes começaram a receber estrelas e, cinco anos mais tarde, classificados na escala que vai de uma a três.
A edição brasileira do Guia Michelin foi a primeira publicada na América do Sul.
DUAS ESTRELAS
D.O.M (SP)
Evvai (SP)
Lasai (RJ)
Oro (RJ)
Tuju (SP)
UMA ESTRELA
Fame Osteria (SP)
Huto (SP)
Jun Sakamoto (SP)
Kan Suke (SP)
Kazuo (SP)
Kinoshita (SP)
Kuro (SP)
Maní (SP)
Mee (RJ)
Murakami (SP)
Oizumi Sushi (SP)
Oteque (RJ)
Picchi (SP)
Cipriani (RJ)
San Omakase (RJ)
Tangará Jean-Georges (SP)
Casa 201 (RJ)
Kanoe (SP)
Oseille (RJ)
Ryo Gastronomia (SP)