SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)
Os Estados Unidos reduzirão a tarifa sobre remessas de baixo valor vindas da China, conhecida como “taxa das blusinhas”, nesta semana, segundo decreto da Casa Branca divulgado segunda-feira (12). A medida é mais um passo para reduzir a temperatura da guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo.
O alívio tarifário vem na esteira do anúncio de Pequim e Washington de uma trégua na disputa tarifária após as discussões do fim de semana em Genebra, com ambos os lados concordando em retirar a maior parte das tarifas impostas sobre os produtos um do outro desde o início de abril.
Embora a declaração conjunta em Genebra não tenha mencionado a tarifa “de minimis”, o decreto da Casa Branca divulgado posteriormente disse que a taxa será reduzidas de 120% para 54%, com uma taxa fixa de US$ 100 (R$ 567) a ser mantida, a partir de 14 de maio.
No decreto, a Casa Branca disse que a tarifa reduzida entrará em vigor às 1h01 (horário de Brasília) de 14 de maio de 2025.
O plano para uma taxa fixa de US$ 200 (R$ 1.135) também será cancelado, disse, mantendo-a em US$ 100.
Em fevereiro, o presidente Donald Trump acabou com a isenção para os produtos chineses ao impor uma taxa de 120% sobre o valor do pacote ou uma taxa fixa planejada de US$ 100 -valor que aumentaria para US$ 200 em junho.
Trump culpou a isenção de ser muito usada por empresas como Shein, Temu e outras corporações de comércio eletrônico, bem como traficantes de fentanil e outros produtos ilícitos. Em maio, a medida entrou em vigor.
Especialistas do setor disseram que as transportadoras podem pagar a taxa de 54% ou US$ 100 por pacote. Empresas de logística ou despachantes cobram essas tarifas dos vendedores na China antecipadamente.
O número de remessas que entram nos EUA por meio desse canal disparou nos últimos anos, com mais de 90% de todos os pacotes chegando via “de minimis”. Desses, cerca de 60% vieram da China, liderados por varejistas como Temu e Shein.
A China exportou US$ 240 bilhões (R$ 1,4 trilhões) em bens diretos ao consumidor que se beneficiam da taxa “de minimis” em todo o mundo no ano passado, representando 7% de suas vendas no exterior e contribuindo com 1,3% do PIB (Produto Interno Bruto), de acordo com estimativas da Nomura.
A isenção americana “de minimis”, termo jurídico que se refere a questões de pouca importância e que descreve a dispensa de procedimentos alfandegários e tarifas padrão por parte dos EUA, era uma das mais generosas do mundo: o limite da União Europeia, por exemplo, é de 150 euros (US$ 156 ou R$ 885).
A Shein, a Temu, de propriedade da PDD Holdings, e a Amazon não responderam aos pedidos de comentários.